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Crise, Cenouras, Ovos e Café

Crise, Cenouras, Ovos e Café

01/08/2002
Estas duas últimas semanas têm sido um tanto confusas.
 
Disparada do dólar, corrida eleitoral, escândalos nas gigantes empresas americanas, entre outros fatores, têm determinado o andamento de muitas atividades profissionais no Brasil. Digo isso porque, em dez clientes visitados nesta semana que se encerrou, oito deles reclamaram do Governo, da crise, dos especuladores, do risco Brasil e, até mesmo, do vizinho barulhento.
 
Em um momento como esse, é comum perdemos um pouco da auto-estima, acreditando que a situação só tende a piorar. Mas, como todos nós já estamos cansados de ouvir aquela velha e batida frase de que “em época de crise é que se cresce”, precisamos levantar a cabeça e lutar contra as adversidades.
 
Esta pequena história ilustra muito bem essa situação.
 
Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir.  Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia. Seu pai, um chef (que não era o Thirso Big Brother), levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última, pó de café.   Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.
A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.
Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma tigela.
 
Virando-se para ela, perguntou:  
- “Querida, o que você está vendo?”  
- “Ora pai: eu vejo cenouras, ovos e café!” respondeu.  
Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam muito macias. Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e, depois de retirar a casca, verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.  
- “O que isto significa, pai?”  
 
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade - a água fervendo - mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis - sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de terem sido fervidos na água, seu interior se tornara mais rijo. O pó de café, contudo, era incomparável; depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água. 
Ele perguntou à filha:  
 “Qual deles é você, minha querida? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha, torna-se frágil e perde sua força? Ou será você como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer a mesma? Ou será que você é como o pó de café, capaz de transformar a adversidade em algo melhor ainda do que ele próprio? “
 
Somos nós os responsáveis pelas próprias decisões. Cabe a nós - somente a nós - decidir se a tal da crise irá ou não afetar nosso rendimento profissional, nossos relacionamentos pessoais, nossa vida.
 
Ao ouvir outras pessoas reclamando da situação, ofereça uma palavra positiva. Mas você precisa acreditar nisso. Confiar que você tem capacidade e tenacidade suficientes para superar mais este desafio.
 
Espero que, nestas semanas que se seguem, quando lhe convidarem para tomar um cafezinho, você possa repassar essa história.
 
 
 
“Uma vida não tem importância se não for capaz de impactar positivamente outras vidas”.
Jackie Robinson