Novos Tempos, Novas Ações
01/01/2010
Conta-se que, certa vez, duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente, assim logo ao cair nadou até a borda do copo, mas como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair. Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater e afundou.
Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte era tenaz, continuou a se debater a se debater e a se debater por tanto tempo, que, aos poucos, o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca conseguiu, com muito esforço, subir e dali levantar vôo para algum lugar seguro.
Tempos depois a mosca, por descuido, novamente caiu no copo. Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou:
- "Tem um canudo ali, nade até lá e suba pelo canudo".
A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta afundou no copo cheio ... de água.
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Atualmente, a evolução e as mudanças de cenários e situações são tão velozes que não podemos mais basear nossas ações somente nas experiências anteriores. Logicamente, o conhecimento acumulado, adquirido com nossas vivências, é de suma importância para que tenhamos a confiança em agir, para que possamos compreender o meio. No entanto, é necessário entender que soluções do passado, em contextos diferentes, podem se transformar em novos problemas. Afinal, se a situação se modificou, é preciso alterar a solução do problema.
É comum criarmos uma confiança equivocada e perdemos a oportunidade de repensar nossas experiências, ficando presos a velhos hábitos que nos levaram ao sucesso. Então, perdemos a oportunidade de evoluir. Estagnamos na zona de conforto. Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças no ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados até que afundamos na nossa própria falta de visão? Fazemos isto quando não conseguimos ouvir aquilo que quem está de fora da situação nos aponta como solução mais eficaz e, assim, perdemos a oportunidade de "reenquadrar" nossa experiência. Ficamos paralisados, presos aos velhos hábitos, com medo de errar.
Se esse comportamento vale para todos nós, individualmente, imagine a situação numa esfera mais ampla, corporativa, onde uma "pessoa jurídica" é formada por várias "pessoas físicas" que temem a mudança, que não aceitam outros modos de agir, que são contrários às mudanças exigidas pelo novo ambiente social e empresarial?
Permita-se olhar a situação atual como se ela fosse inteiramente diferente de tudo que já tenha vivido. Enfrente os velhos problemas de forma diferente. Encare os novos obstáculos com uma nova postura.
Novos tempos, novos hábitos. Novas exigências, novas ações.
"Se a única ferramenta é o martelo, você tende a ver todo problema como um prego".
Abraham Maslow