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A Culpa É do Avestruz

A Culpa É do Avestruz

01/09/2013
O saudoso cantor e compositor Gonzaguinha, filho adotivo do Rei do Baião Luiz Gonzaga, na música "Dias de Santos e Silvas", escreveu:
 
"Mas, sonhei
 E fiz a fé no avestruz
 Que vai me dar uma luz
 Levo uma nota pra mão
 (...)
 Ah, meu Deus,
 Se o avestruz der na cabeça
 Vou ganhar dinheiro à beça,
 Faço minha redenção."
 
Como todo brasileiro, sempre "faz uma fé" no jogo do bicho, no fortuito, na sorte e esperança. Afinal, Deus é brasileiro.
Ter esperança não é ruim, muito pelo contrário. Como dizia Blaise Pascal, é melhor acreditar do que não ter porque seguir.
Mas não se pode depender do acaso para avançar.
 
É fácil perceber organizações, empresários e profissionais torcendo para que as coisas deem certo, para que dias melhores cheguem às suas portas.
No entanto, deixam as entradas fechadas e nem ao menos olham pelas janelas. Afinal, a sorte vai chegar.
Mas, por não alcançar seus objetivos, culpam o avestruz que não deu no jogo do bicho, o Governo que não ajuda ou o tio rico que deixou a enorme herança para o gato siamês.
 
Planejar faz parte da vida.
Mas, para planejar, é preciso ter informações, avaliar o que precisa melhorar internamente, identificar as prováveis tendências e projeções, analisar as estratégias e rotas para saber qual o melhor caminho a seguir. Logicamente, também é necessário validar seu objetivo, saber se ele é factível, tangível.
 
Daí, surgem as análises de cenários, dos fatores críticos de sucesso, pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças, plano de ação, monitoramento, entre tantas outras etapas necessárias para que se possa acreditar no resultado e vislumbrá-lo em execução.
No campo profissional chamamos de Planejamento Estratégico. Em âmbito pessoal é o Plano de Vida.
 
Somente assim, estruturados e conscientes, poderemos passar pela vida com ações práticas e legados, e não apenas sonhos utópicos inalcançados por efeitos condicionantes: se acontecesse isso, caso conseguisse aquilo, se desse o avestruz na cabeça...
 
Cada um é responsável por suas próprias escolhas.
No meu epitáfio, não quero escrito:
"E o danado do avestruz
 Também não deu."
 
 
 
"O homem de bem exige tudo de si mesmo; o homem medíocre espera tudo dos outros". 
 Confúcio