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A Hora da Mudança

A Hora da Mudança

01/01/2004
Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes. As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não.
Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem as férias com um sábio que morava no alto de uma colina. O sábio sempre respondia às perguntas sem hesitar. Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.
 
Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
- O que você vai fazer? Perguntou a irmã.
- Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!
 
As duas meninas foram, então, ao encontro do sábio, que estava meditando. A menina aproximou-se e falou:
- Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
- Depende de você. Ela está em suas mãos.
 
Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro.
Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado. Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos ou não. Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta. Cabe a nós escolher o que fazer com ela.
 
Se as coisas não estão bem para você, então mude. Mas perceba que, por vezes, a mudança não está em alterar ou buscar uma nova situação. Talvez seja necessária uma mudança interna, uma mudança de atitude, da forma de como enxergamos as coisas.
 
Existem fatos que estão fora de nosso alcance, distantes de nosso círculo de influência. Se não podemos mudar a economia como um todo, não adianta reclamar que a empresa não obtém crescimento por essa razão. É preciso trabalhar as situações que podem ser dominadas, que estão sujeitas à nossa interferência.
 
Não devemos culpar nada ou ninguém porque algo deu errado.  O insucesso é apenas uma oportunidade de começar novamente com mais atenção e experiência. Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou deixamos de conquistar).
Podemos não mudar certos fatos, mas podemos alterar a forma como os vemos.
 
Ouvi uma história do folclore japonês que ilustra bem o fato de que, se vemos as situações com bons olhos, situações positivas vão se apresentar; no entanto, se nosso olhar for pessimista, o retorno será negativo.
 
Conta-se que, tempos atrás, em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como “A Casa dos Mil Espelhos”. Um pequeno e feliz cãozinho soube desse lugar e decidiu visitá-lo. Chegando lá, saltou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com as orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros mil pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto à dele. Abriu um enorme sorriso e foi correspondido com mil enormes sorrisos. Quando saiu da casa, pensou: “Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes”.
 
Nesse mesmo vilarejo, outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu mil olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes. Ele ficou horrorizado ao ver mil cães rosnando e mostrando os dentes para ele também. Quando saiu, pensou: “Que lugar horrível, nunca mais volto aqui”.
 
Então, que tipos de reflexos você vê nos rostos das pessoas que encontra? Quais os reflexos que você vê em sua própria vida? E nos seus atos?
A vida nos retribui com tudo o que damos a ela. Por isso é preciso reflexão, harmonia e equilíbrio.
A vida está em nossas mãos - como uma borboleta azul - e cabe a nós escolher o que fazer com ela.
 
 
 
“Muitas vezes, uma mudança interna se faz mais necessária do que tentar transformar a situação”.
Arthur Christopher Benson