Em uma fazenda, o Porco e a Galinha estavam deprimidos, sem nada para fazer, sem trabalho e sem dinheiro. Certo dia, ciscando, a galinha encontra um jornal e se depara com uma das manchetes: “Aumenta o consumo de ovos e bacon no café-da-manhã norte-americano”.

Vislumbrando uma oportunidade, a Galinha propõe ao porco: “Amigo!!! Está aqui a nossa solução. Veja esta notícia. Os americanos adoram comer ovos e bacon em seu breakfest. E nós fornecemos esses produtos. Vamos fazer uma parceria! Eu entro com os ovos e você com o bacon. Vamos exportar! Vamos ficar milionários”. O Porco adorou a idéia da parceria. No entanto, o que ele não pensou era que a Galinha, para pôr os ovos, fazia um pequeno esforço; já ele, para fornecer o bacon, teria que ser “esfolado”...

Esse conto bastante se assemelha à nossa realidade.
Tempo atrás - acredito que de 6 ou 7 anos para cá - a palavra de ordem era “parceria”. Empresas formariam uma enorme rede de relacionamento, onde todos ganhariam com os negócios realizados. Grande oportunidade de crescimento graças à sinergia
estabelecida.

No entanto, não foi isso o que realmente vimos. As parcerias conquistaram sucesso em um número reduzido de ocasiões, já que as empresas apenas “falavam” praticar a parceria. Mas, na verdade, o termo era um simples motivo, mera expressão, para se conseguir melhor negociação com o outro. Não foi vislumbrado um crescimento em conjunto. O pensamento que imperava era: “Somos parceiros sim. Mas eu prefiro alavancar vendas para o meu negócio do que para meu parceiro”. Assim, poucos realmente trabalharam em parceria. Era notório o caráter mesquinho e egoísta, pois cada empresa visava propósitos próprios, ao invés de pensarem no conjunto. Com isso, a palavra “parceria” foi usada em demasia e desgastou-se com o tempo.

Atualmente, acredito que essa mentalidade tenha mudado. E muito. Crise cambial argentina, previsão de recessão americana, mercado e vendas estagnados, entre outros fatores, levaram profissionais de todas as áreas a repensar suas estratégias. A parceria voltou a ser uma das palavras de ordem, sendo agora , empregada em seu sentido correto. Percebeu-se que a parceria é uma questão de sobrevivência da empresa.

Você lembra das aulas de Biologia? Lembra-se da simbiose, onde um ser se beneficia, reciprocamente, do outro? Esse é o verdadeiro sentido da parceria: uma associação entre “seres vivos” em busca de uma vida em comum; um entendimento entre pessoas e empresas.
Assim, não deve haver Porco nem Galinha em uma parceria. Logicamente, uma das partes pode, em dado momento, ter um benefício maior em relação a outra. Posteriormente porém, esta última terá seus esforços anteriores compensados por novo negócio.

Apenas para terminar, deixo uma outra historinha - essa você pode até ter vivido - que também pode refletir a almejada sinergia.

Uma criança tentava, em vão, levantar uma pedra enorme. Ao passar na sua frente, seu pai deteve-se e ficou observando seus esforços. Finalmente, perguntou ao filho:
- “Você está usando toda a sua força?”
- “Sim”, respondeu a criança.
- “Não, parceiro, eu acho que não”, disse o pai bem sério, “porque você ainda não pediu a minha ajuda”.
 
 
 
 
“Aquilo que pedimos aos céus quase sempre se encontra em nossas mãos”.
William Shakespeare