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Acreditar É Melhor

Acreditar É Melhor

01/07/2008
Você já ouviu falar na Aposta de Pascal? O filósofo francês do século dezessete, o matemático Blaise Pascal, enunciou um teorema para afirmar que é melhor acreditar em Deus do que o contrário. Mas antes de continuar, vamos deixar claro que o propósito não é converter ninguém, muito menos discutir religião. A finalidade é mostrar que, acreditando que as coisas são possíveis e tendo a convicção de que resultados serão conquistados, podemos viver bem melhor.
  
Voltando à Aposta de Pascal, ele indagava: como não podemos saber se Deus existe, é mais “negócio” acreditar ou não na existência dele? E não esqueça que se trata de uma aposta que pode definir o destino do apostador! Pascal conclui que devemos apostar na crença em Deus. Por quê? Ora, se Deus existir será melhor se considerarmos a perspectiva da felicidade eterna que se abre aos crentes; se Ele não existir, também ganhamos pelo simples fato de a crença nos afastar de coisas “mundanas” que podem prejudicar nossa boa existência.
  
Em lógica, uma escolha é chamada dominante em relação a uma outra se é tão boa quanto à outra em todos os resultados e melhor do que a outra em alguns. Por isso, Pascal aposta que acreditar é melhor: se eu não acreditar, eu posso estar perdendo caso Ele exista; se eu acreditar eu posso não ganhar, mas também não perco nada.
  
Para a vida empresarial também existe um enunciado semelhante a respeito da inovação nas empresas, que ficou conhecido como o "Paradoxo de Kotler". Philip Kotler, um dos maiores pensadores e responsáveis pelo desenvolvimento do marketing no mundo, quando indagado a respeito de mudanças e inovações, deu seu parecer: "uma empresa falhará se não inovar e é provável que ela falhe se inovar também”.
  
Ou seja, ele devolveu o dilema aos seus questionadores, assim como qualquer mestre faz com seus discípulos. No entanto, ele complementa: "cada empresa precisa encontrar seus próprios caminhos para escapar deste grande dilema".
  
Voltando à lógica, essa última argumentação é chamada de Teoria da Decisão. Isso quer dizer o seguinte: se há duas decisões possíveis (inovar ou não, mudar ou não, fazer ou não) como estar seguro de que a opção feita foi a melhor? Ou seja, como sair da forquilha em que o paradoxo de Kotler nos colocou?
  
Como na Aposta de Pascal, a escolha dominante no caso do Paradoxo de Kotler é a de que as empresas devem investir em inovações: se não investir, não abocanha parte do mercado sedento por novidades e ainda corre o risco de desaparecer (queimar no fogo do Inferno caso Deus exista); se investir, pode ser que a concorrência não permita um retorno satisfatório, mas pode encontrar no curso da aposta feita aquela idéia genial que ainda poderá render muito.
  
Porém, esse passo adiante deve ser dado em um piso sólido, e não em uma placa de gelo de poucos milímetros. Ou seja, o passo deve ser dado, mas deve-se perceber onde pisa. Para as empresas, isso se traduz em Planejamento Estratégico, com análise de mercado, estudo das melhores táticas, definição de foco e posicionamento. Não seria possível Kotler oferecer uma resposta precisa, exata, uma vez que cada empresa vive, interna e externamente, cenários peculiares.
  
Nas empresas é como na vida, cada um escolhe seu próprio caminho. Mas é preciso acreditar que tudo dará certo e, logicamente, agir e concorrer para tal conquista.
  
 
  
"Quem tem fé nunca está sozinho."
Carlyle