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Aprendendo com o Mestre dos Mares

Aprendendo com o Mestre dos Mares

01/02/2018
O filme “Mestre dos Mares: O Lado mais Distante do Mundo”, estrelado por Russell Crowe e dirigido por Peter Weir, é uma primorosa lição empresarial, com analogia a toda a estrutura e vida de uma organização.
A película narra o ambiente do navio britânico Surprise, capitaneado por Crowe e que precisa cumprir sua missão de interceptar a embarcação francesa Acheron (mais poderosa, veloz, resistente e numerosa) durante as guerras napoleônicas.
 
O que há de instigante na obra não são as batalhas marítimas, mas sim todos os dilemas passados pela tripulação do Surprise - praticamente, as mesmas dificuldades enfrentadas por colaboradores, líderes e gestores no ambiente corporativo: derrota para o concorrente e orgulho ferido, condições de ambiente de trabalho desfavoráveis, procedimentos operacionais para obter eficiente, regras de convivência e colaboração, respeito aos níveis hierárquicos, lideranças, treinamento constante para alcançar excelentes resultados...
E tudo isso com uma enorme abordagem psicológica, como a queda da estima quando não se atinge as metas, ou o desespero de quando as condições externas não contribuem (escassez de recursos, dias sem vento para navegar e calor insuportável).
Some-se a tudo isso as divergências entre os perfis racional e emocional dos tomadores de decisão e conselheiros: o lado sentimental tendendo a abrir mão da missão, tendo como contraponto a razão guiada pela importância da ação tática para o sucesso estratégico.
 
Assistir o filme e depois ler o artigo “O que é estratégia”, do renomado Michael Porter, é um trabalho de reflexão excelente para qualquer gestor ou empreendedor. No texto, o autor aponta como grande falha das empresas a incapacidade em distinguir entre a eficiência operacional e a estratégia.
Atualmente, as empresas estão homogêneas, comoditizadas, parecidas demais umas com as outras, pois a maior parte caminhou para o lado da eficiência operacional, buscando melhores práticas de trabalho, desempenho e competências, benchmarking, outsourcing, parcerias e alianças. Tudo realmente importante e necessário, mas que dificilmente revela uma vantagem competitiva.
 
Uma estratégia relevante e competitiva consiste em ser diferente, optando por um conjunto próprio de atividades para fornecer uma combinação única de valor.  A essência não reside apenas em saber o que e como fazer, mas também em decidir o que não fazer para não perder o foco. A partir dessa linha mestra, cada setor e colaborador cumpre suas funções balizados por essa guia.
 
É isso o que o Capitão do Surprise ensina aos seus subordinados e a cada um de nós: o sucesso consiste em integrar a eficiência operacional à estratégia competitiva, ou seja: é preciso fazer muitas coisas com excelência, desde que tudo esteja alinhado ao seu propósito.
 
 
“Ou você tem uma estratégia ou é parte da estratégia de alguém”.
  Alvin Tofler