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Arriscando Tudo

Arriscando Tudo

01/04/2005
Havia um homem que estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede.
Eis que ele chegou a uma cabana velha, desmoronando, sem janelas, sem teto. O homem andou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico. Olhando ao redor, viu uma velha bomba de água, bem enferrujada. Ele se arrastou até ali, agarrou a manivela e começou a bombear, a bombear, a bombear sem parar. Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado, para trás. E notou que ao seu lado havia uma velha garrafa. Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu um recado que dizia:
 
"Você precisa primeiro preparar a bomba com toda água desta garrafa, meu amigo. Depois faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir".
 
O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. De repente, ele se viu num dilema. Se bebesse aquela água, poderia sobreviver.
 
Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, talvez obtivesse água fresca, bem fria, lá do fundo do poço, toda água que quisesse. Ou talvez não. Que deveria fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar vir a ter água fresca, fria, ou beber a água da velha garrafa e desprezar a mensagem? Deveria perder toda aquela água, na esperança daquelas instruções pouco confiáveis, escritas não sabia quando? Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba pôs-se a ranger e chiar sem fim. E nada aconteceu. E a bomba foi rangendo e chiando. Então, surgiu um fiozinho de água; depois, um pequeno fluxo e finalmente, a água jorrou com abundância.
 
Para alívio do homem, a bomba velha fez jorrar água fresca, cristalina. Ele encheu a garrafa e bebeu dela ansiosamente. Encheu-a outra vez e tornou a beber seu conteúdo refrescante. Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante. Encheu-a até o gargalo, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota:
 
"Creia-me, funciona. Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta".
 
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Várias lições preciosas podemos extrair desta estória. Quantas vezes temos medo de iniciar um novo projeto pois este demandará um enorme investimento de tempo, recursos, preparo e conhecimento. Quantos ficam parados satisfazendo-se com resultados medíocres, quando poderiam conquistar significativas vitórias.
 
Esse conto, extraído do livro "Como Viver acima da Mediocridade", de Charlles Swindoll, faz-nos perceber que, por vezes, é preciso ter fé e acreditar que é possível alcançar nossos objetivos nem que, para isso, seja necessário arriscar aquilo que temos em mãos.
 
Também não adianta "chutar o pau da barraca", pegar um dinheirinho no banco e jogar na primeira roleta que encontrar.
 
Afinal, estamos falando da vida. Existem momentos em que é preciso abandonar o comodismo, estufar o peito e seguir adiante, confiantes de que podemos conquistar o inalcançável.
 
Com toda a experiência de vida, conhecimento adquirido, somando-se às pessoas que nos cercam, pode-se minimizar as possibilidades de erro, o que irá nos proporcionar mais certeza de estar agindo corretamente.
 
As mudanças sempre são temerosas, uma vez que é impossível prever o dia de amanhã. No entanto, se tivermos um caminho traçado previamente, onde podemos analisar todas as nossas alternativas e possibilidades, bastará dar um passo à frente.
 
É lógico que, no conto, o homem precisa se desapegar daquilo que possui - um pouco de água - para ter à disposição muito mais do que imagina. Mas precisamos nos lembrar que essas histórias sempre buscam o máximo para nos ensinar a lição.
 
Nós temos a chance de mudar as coisas. Se ninguém fizer nada para mudar a situação, permaneceremos estáticos até quando?
 
Para evoluir, é preciso mudar. Para mudar, é preciso decidir. E decidir, grande parte das vezes, significa arriscar.
 
Não é preciso abandonar tudo e buscar novos caminhos sem pensar nas conseqüências. E nem todas as coisas deverão ser substituídas. É importante separarmos o que é "aparente" em nossas vidas. Algumas coisas são passageiras e podem nos causar grandes danos se não percebemos - com antecedência - o que está acontecendo com elas. Ficamos agarrados achando que fazem parte do nosso conforto, mas que no final não passam de um processo de mutação, e que, mais dia ou menos dia, acabará acontecendo. É necessário sim, observarmos o que é melhor e tomarmos uma decisão que nos auxilie na chegada de nossos objetivos e sonhos.
 
A velha frase "É melhor um pássaro na mão do que dois voando", é verdade, mas cabe a nós observarmos como está este pássaro: está em perfeita situação, sadio e pronto para nos atender? Ou será que está doente, problemático e que nos trará grandes dores de cabeça? Será que haverá tempo para percebermos isso e conseguiremos correr atrás do outro pássaro, antes que ele vá embora? E se ele for? Então, teremos perdido tempo em tentar segurar algo que na verdade não era para ser nosso, por causa do medo de tentar a conquista do outro.
 
A nossa oportunidade pode estar bem perto e devido à correria do dia-a-dia, ou então por conta de nossa covardia, não permitimos olhar com olhos diferentes para a situação.
 
Às vezes os nossos obstáculos estão apenas disfarçados e nos causam medo. A vida sempre nos dá duas ou mais alternativas. E o que geralmente fazemos? Escolhemos a opção que nos faz permanecer na nossa zona de conforto ou a que "parece clara" qual será o nosso caminho. Tudo por falta de coragem!
 
Sonhe, sonhe alto. E, sempre que for preciso, arrisque. Vai valer a pena.
 
 
 
"Não arriscar nada, é arriscar tudo."
Césare Cantu