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Barco Furado

Barco Furado

01/11/2009
Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer. Enquanto pintava, percebeu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Percebeu que havia um vazamento e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.
  
No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque. O pintor ficou surpreso:
- "O senhor já me pagou pela pintura do barco", disse ele.
- "Mas, isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o vazamento do barco."
- "Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar. Está me pagando uma quantia muito alta por algo tão insignificante!"
- "Meu caro amigo, você não compreendeu. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento. Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois lembrei que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado. Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua “pequena” boa ação."
  
Essa pequena história nos mostra como os "pequenos detalhes" são importantes em nossas vidas. E, normalmente, não damos a devida atenção aos mesmos, por se tratarem de coisas corriqueiras.
  
Tenho visto muitos empresários se queixando de colaboradores que não se comprometem com a organização. Em contrapartida, os colaboradores estão eternamente insatisfeitos por acharem que não são valorizados, que merecem mais, etc. E a questão não está em saber quem está certo ou errado, pois tanto empregador quanto empregado tem seu ponto-de-vista, seus motivos e forma de enxergar as coisas. E o pior de tudo, é que tanto um quanto outro estão certos. Ambos têm parcela de razão...
  
Mas todos estão vendo apenas a sua parte, sem se importar com a outra. E, com isso, não percebem - ou não querem perceber - a situação como um todo. E, conforme Saint-Exupéry havia anunciado, "não vemos o mundo como ele é, mas como gostaríamos que ele fosse".
  
O "pequeno detalhe" que pessoas e empresas estão se esquecendo, tal como no conto do barco furado, reside na comunicação. A comunicação interpessoal, simples, clara concisa. As pessoas se esquecem de passar informação ou, o que é pior, não a fazem fluir por receio de se tornarem dispensáveis (acham que retendo informação garantem a empregabilidade).
  
A questão é que, enquanto humanos, somos seres sociais. Empresas, que são formadas por humanos, também são seres sociais. E a comunicação é o que dá vida aos seres sociais. Portanto, sem comunicação não há vida.
  
Organizações têm objetivos e padrões de trabalho que devem ser comunicados aos colaboradores. Estes, por sua vez, também possuem metas profissionais e pessoais que devem ser de ciência da empresa. E através da comunicação pode-se chegar à conciliação dos anseios de cada um.
  
Aquele que não está se comunicando, aquele que não está entendendo a situação do colega, aquele que não está querendo ver o outro lado da situação, certamente está navegando num barco furado.
  
 
  
"O melhor caminho para o aperfeiçoamento humano é a ajuda mútua."
Salvador Arena