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Construção de Relacionamentos

Construção de Relacionamentos

01/06/2005
Quanto vale um relacionamento? Não importa se você está pensando na sua vida pessoal ou profissional, se é um relacionamento afetivo ou se estamos tratando de um cliente. A pergunta é simples e direta: quanto vale um relacionamento?
 
Certamente todos já recebemos incontáveis mensagens, principalmente em virtude da difusão da web, dizendo para ligar a um amigo que não vemos há tempos, para dizer aos pais ou filhos o quanto os amamos, para fazer uma surpresa a quem você ama... Isso porque, nos atribulados tempos modernos, acabamos não tendo muito tempo para dar atenção a esses “detalhes”.
 
Mas é o relacionamento que temos com pessoas ou empresas que nos mantém vivos. Como aprendemos com os antigos professores, o homem é um ser sociável, que necessita viver em conjunto. As empresas também dependem do relacionamento com seus clientes e fornecedores.
 
Muitas vezes, porém, o contato se evidencia somente em casos de necessidade. E isso porque não há qualquer preocupação em manter e fortalecer os laços que nos unem. E sempre temos uma boa desculpa para não consolidarmos o relacionamento.
 
No entanto, é possível nos fazermos presentes com uma boa dose de boa vontade. Lembrei-me de uma história onde o relacionamento é construído, a laços fortes, mesmo sem a existência do contato direto.
 
Conta a história que, em uma reunião de pais, numa Escola da periferia, a Diretoria incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível. Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
 
Mas a Diretoria ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana. Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado. Explicou ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
 
E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles. A Diretoria ficou emocionada com aquela história singela e emocionante. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
 
Como ficou nítido perceber, o relacionamento consiste em podermos mostrar que estamos presentes, que outras pessoas ou empresas podem contar conosco, porque estamos sempre pensando neles.
 
O relacionamento é se fazer presente, mesmo sem estar presente.
 
Para sua vida pessoal, basta um simples telefonema, um pequeno bate-papo de alguns minutos. Não é cabível nem aceitável dizer que “não teve tempo”. Você não tem cinco minutos hoje à noite? E no final de semana? Quem sabe no feriado?
 
Para as empresas, o relacionamento é construído com ações que surpreendem o cliente ou fornecedor. Pode ser uma mala direta, um brinde, uma visita de cortesia... Aliás, normalmente as visitas são feitas somente pensando em vender o produto ou serviço.
 
Todos queremos ser lembrados pelas pessoas e, para isso, também precisamos nos lembrar delas.
 
O relacionamento se traduz com atos, na maioria das vezes, simples e singelos.
 
E uma relação bem construída, com sólidos alicerces, baseada em confiança e transparência, mostrando a real preocupação de um com o outro, tende a durar por muito tempo.
 
Numa aula do professor e consultor Saul Bekin, ele nos contou que, em suas férias, num dia de verão, estava na praia, espiando duas crianças na areia. Trabalhavam muito, construindo um castelo de areia molhada com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam no final do projeto, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma.
 
Ele comenta que achava que as crianças cairiam no choro, depois de tanto esforço e cuidado, mas que teve uma surpresa: em vez de chorar, correram para a praia, fugindo da água, rindo de mãos dadas, e começaram a construir outro castelo.
 
Compreendeu, então, que havia recebido ali uma importante lição: tudo em nossas vidas, todas as coisas que gastam tanto do nosso tempo e de nossa energia para serem construídas, tudo é passageiro, tudo é feito de areia; o que permanece é só o relacionamento com as pessoas.
 
Mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir ou apagar o que levamos tanto tempo para construir.
 
Mas, se assim desejarmos, os relacionamento serão para sempre.
 
 
“Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água.”
Thomas Fuller