No livro "Marketing: Em busca do Óbvio", o renomado autor Jack Trout conta uma história sobre do encontro entre um pescador da Costa Rica e um investidor de Wall Street.

O investidor cumprimenta o pescador pelos belos peixes pescados e pergunta quanto tempo levou para pescá-los, ao que o costa-riquenho responde:
- "Só um pouquinho. E agora tenho tempo para dormir um pouco, brincar com meus filhos, fazer a sesta com a esposa, tocar violão com os amigos, aproveitar bastante a vida e agradecer ao Criador..."

O investidor, em tom irônico, diz:
- "Sou investidor de Wall Street e posso ajudá-lo. Você deveria passar mais tempo pescando e, com os rendimentos, compraria um barco maior e anunciaria seus produtos na web. Com isso, traçaríamos um plano para progredir que lhe forneceria capital para adquirir mais barcos e você teria uma frota. Depois, ao invés de vender ao intermediário, comercializaria diretamente com o processador e poderia, até mesmo, abrir sua própria fábrica e enlatar o peixe, controlando produto, processamento e distribuição, saindo desta vila costeira e mudando para um grande centro industrial, terceirizando suas tarefas e expandindo verticalmente seu mercado. Você ganhará milhões!!!".

E o singelo pescador:
- "Milhões? Mas e daí?"

E o investidor responde:
- "E aí terás tempo para dormir um pouco, brincar com seus filhos, fazer a sesta com a esposa, tocar violão com os amigos, aproveitar bastante a vida e agradecer ao Criador..."


--------- Moral da História:
crescer simplesmente por crescer não te leva a lugar nenhum.

E aí reside o maior trauma e desvio de conduta de empresários e gestores que, ávidos por números, perdem o foco e começam a fazer coisas desnecessárias e prejudiciais para forçar um almejado crescimento.
Esse desejo de crescimento, por vezes, é o cerne do que pode dar errado para muitas empresas, pois crescimento não é um objetivo válido e sim, subproduto da execução correta das coisas.

A questão é deixar de ser reagente (ao mercado, à concorrências, às notícias, às tendências) e ser pensador.
E, depois de pensar e refletir, voltar ao velho mote: arregaçar as mangas e fazer.



"Não temos uma necessidade premente de crescer.
Temos um desejo inadvertido de crescer."
Milton Friedman