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Criatividade Pura

Criatividade Pura

01/03/2004
Um senhor muito rico vai a um safári na África e leva consigo seu cachorrinho, para não se sentir só naquelas regiões. Um dia, já na expedição, o cãozinho começa a brincar de caçar mariposas. Quando se dá conta, já está muito longe do grupo de caça.
Nisso, vê que vem perto uma pantera correndo em sua direção. Ao perceber que a pantera irá devorá-lo, pensa rápido no que fazer. Vê alguns ossos de um animal morto e se põe a mordê-los. Quando a pantera se aproxima, já a ponto de atacá-lo, o cachorrinho diz:
- “Ah, que delícia esta pantera que acabo de comer!”
 Apavorada, a pantera corre em outra direção, afastando-se do cachorrinho e pensando:
- “Que cachorro bravo! Por pouco não come a mim também.”
Um macaco que estava trepado nos galhos de uma árvore e havia visto a cena, sai correndo atrás da pantera para lhe contar como havia sido enganada pelo cachorro. Mas o cachorrinho percebe a manobra do macaco.
O macaco alcança a pantera e lhe conta toda a história.
Então, furiosa, a pantera diz:
- “Cachorro maldito! Vai me pagar! Agora vamos ver quem come a quem...”
- “Depressa!”, instiga o macaco. “Vamos alcançá-lo.” E saem correndo atrás do cãozinho.
Vendo que a pantera vem atrás dele de novo e desta vez traz o macaco em suas costas, o cachorro pensa: “Ah, macaco desgraçado. O que eu faço agora?”
Mas, ao invés de sair correndo, o cachorrinho fica de costas, como se não estivesse vendo nada.
Quando a pantera está a ponto de atacá-lo novamente, ele diz em altos brados:
- “Maldito macaco preguiçoso! Faz meia hora que eu o mandei me trazer uma outra pantera e ele ainda não voltou!”
 
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Essa história mostra a criatividade com a qual devemos enfrentar a vida.
 
Num momento em que, mais uma vez, são noticiados fatos que estarrecem o povo brasileiro e que deixam a economia estagnada, a criatividade deve se fazer presente. Os resultados negativos no mercado de trabalho apontam elevação da taxa de desemprego (sendo quase 50% dos desempregados na faixa de 20 a 26 anos) e a queda contínua no rendimento dos trabalhadores.  
 
Isso acarretou no recuo do PIB, consequência do encolhimento da massa salarial, baixo consumo das famílias e queda nos investimentos. Apenas para se ter uma noção, embora tenha havido um crescimento do agronegócio, principalmente voltado à exportação, em torno de 05%, houve um impacto significativo pela redução da contribuição do setor de construção civil (-8,6%).
 
Embora sempre existam indícios de melhoria, a situação geral nos causa temor. E quanto há medo, tudo anda com dificuldade (quando anda).
Sempre disseram que é em tempos de dificuldades que aparecem as oportunidades. Afinal, quando uma porta se fecha, abrem-se duas janelas.
 
Acredito que temos que pensar um pouco além: devemos construir novas portas. Para isso, precisamos ter uma visão geral das coisas, buscando ao máximo por dados específicos sobre a nossa situação. É preciso pensar para agir, mas ter agilidade para não ficar somente pensando.
Nós temos medo de muitas coisas: medo de escuro, de ficar pobre, do ridículo, de passar fome, de não conseguir alguma coisa.... Temos até medo de avião, como cantava Belchior. E é esse medo o grande vilão do crescimento e do sucesso.
 
Quantas vezes deixamos de expor idéias pensando o que os outros vão pensar? Quantas vezes, na sala de aula, deixamos de perguntar alguma coisa ao professor com medo de os coleguinhas rirem de nós? Quantas vezes deixamos de praticar um ato com medo de não alcançar o objetivo?
 
Os dias passam e as oportunidades surgem em nossas vidas de diversas formas. É preciso estar atento para entender e aproveitar as ocasiões. Mas isso exige planejamento, esforço, ousadia e persistência. São esses fatores que fazem a diferença. Foi nessas premissas que o cachorrinho da história se inspirou.
 
Para planejar, precisamos conhecer a situação como um todo e prever suas possibilidades. Se precisamos de mais informação, basta perguntar. Questione seus colaboradores, seus amigos, seus concorrentes. Lembre-se do ditado: quem pergunta é um tolo por cinco minutos, mas quem não pergunta é um tolo por toda a vida. Então, colha informações, analise os fatos e molde o seu plano de trabalho ou pessoal. Mas coloque-o em prática antes que outro o faça.
 
É como um flerte: o rapaz se engraça pela moça. Procura saber o nome dela, pergunta aos amigos como ela é, do que gosta, se tem namorado... De posse das informações, ele planeja sua abordagem: envia flores, manda cartas, presenteia a pretendida. Mais tarde, casam-se e formam uma bela família.
 
Os problemas estão sempre nos cercando. Mas precisamos percebê-los e criar oportunidades que revertam a situação.
Com o perdão da comparação, seja um cachorrinho esperto.
 
 
 
“Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.”
Albert Einstein