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Defenda seu Castelo

Defenda seu Castelo

01/06/2009
A palavra castelo tem origem no latim castellum e significa região ou lugar fortificado. Durante a Idade Média (séculos V ao XV) a Europa foi palco da construção de milhares de castelos. Nesta época da história, as guerras eram muito comuns e, por isso, senhores feudais, reis e outros nobres preocupavam-se com a proteção de sua residência, bens e familiares. A partir do século XI, a arquitetura de construção de castelos mudou completamente. Eles passaram a ser construído de blocos de pedra. Tornaram-se, portanto, muito mais resistentes.
  
Em volta do castelo medieval, geralmente, era aberto um fosso preenchido com água. Esta estratégia era importante para dificultar a penetração dos inimigos durante uma batalha. Os castelos eram cercados por muralhas e possuíam torres, onde ficavam posicionados arqueiros e outros tipos de guerreiros. O calabouço era outra área importante, pois nele os reis e senhores feudais mantinham presos os bandidos, marginais ou inimigos capturados.
 
Como o castelo medieval era construído com a intenção principal de proteção durante uma guerra, outros elementos eram pensados e elaborados para estes momentos. Muitos possuíam passagens subterrâneas para que, num momento de invasão, seus moradores pudessem fugir.
  
Warren Buffet, o reconhecido mega-investidor de Wall-Street, escreve anualmente uma carta aos acionistas de sua empresa descrevendo suas decisões e maneira de pensar e agir. Em uma dessas cartas, Buffet cunhou o termo "economic moat" (fosso econômico), demonstrando como uma empresa consegue se proteger da concorrência através de uma analogia com os castelos medievais, suas muralhas e fossos.
  
Seguindo essa ideia, Buffett explicou que prefere investir em empresas que tenham algum tipo de defesa contra a concorrência. Simbolicamente falando, um fosso difícil de atravessar e que garanta à organização uma proteção contra possíveis ataques.
  
Então, quais são essas defesas contra a concorrência?
• Ativos Intangíveis - como uma marca forte, que permita cobrar um preço premium, além de patentes e licenças governamentais.
• Custos de Troca - fazer com que seja difícil para os clientes trocarem de fornecedor.
• Vantagens de Custo - processos superiores, localização geográfica, ganhos de escala, enfim, coisas que permitem ter custos menores e, ao mesmo tempo, agressividade comercial em termos de preço, sem comprometer margens de lucro.
  
E cita ainda alguns pontos que não são considerados como defesas nem vantagens competitivas: tamanho da empresa (faturamento, número de funcionários, tecnologia e know-how), participação de mercado, liderança “genial”, etc. Tendo tal proteção, isto é, depois de a empresa estar em segurança, aí sim volta-se a pensar nas novas conquistas. Para estas, recomendo o livro "A Estratégia do Oceano Azul".
  
Na Academia Militar nos ensinaram que não se pode pensar somente em conquistar novos espaços e expandir nosso domínio (aliás, o grande erro de personagens como Alexandre o Grande, Átila o Huno, Napoleão, entre outros). Para isso, é preciso manter nossas linhas de defesas bem posicionadas e estruturadas. É a questão de manter a soberania.
  
 
 
"O problema não é o problema; o problema é a atitude com relação ao problema".
Kelly Young