Conta-se que durante as turbulentas guerras nos tempos antigos, um general persa, homem de grande inteligência e compaixão, havia adotado um estranho costume para dar a condenação aos prisioneiros inimigos: ele permitia ao condenado escolher enfrentar o pelotão de fuzilamento ou atravessar a "Porta Negra".
Não era uma decisão fácil aos capturados que, invariavelmente, optavam pelo fuzilamento ao invés de se colocar diante do desconhecido, que poderia trazer tenebrosos e espantosos horrores.
O general, com os olhos fixos em suas bem polidas botas, voltava-se para o seu ajudante de ordens e dizia:
- "Eis ali o que é o homem, que prefere o mal conhecido ao desconhecido. É uma característica dos humanos temer o incerto. Você vê... Eu disse a ele para escolher". 
- "Afinal, o que existe atrás da "Porta Negra"?  - perguntou o ajudante de ordens. 
- "Liberdade!" - respondeu o general. "E poucos são os homens que têm o valor de decidir-se por ela". 

Nos dias de hoje, as empresas encontram-se na mesma posição que os prisioneiros da história: diante de uma opção, podendo escolher pelo fim do seu negócio ou optar por enfrentar o desconhecido.
Por essa razão optei, neste mês, em abordar uma temática mais reflexiva do que técnica e de conselhos sobre marketing e gestão. 

As organizações - e os próprios profissionais - que estão temerosos, apenas aguardando aquilo que está por vir, já decidiram pelo fuzilamento. A consequência pode ser uma morte rápida aos negócios ou, então, um declínio lento e de médio prazo. Mas, mesmo assim - e infelizmente, ao final estarão estrebuchando até a hora derradeira.
Aqui se encontram as empresas e profissionais que se agarram às crenças e convenções dos "desculpismos corporativos". 
Não há mais espaço para esse modelo ou perfil... 

Se os tempos estão difíceis, estão para todos. Por isso é preciso caminhar.
Depois de avaliar e refletir sobre as opções, a decisão é pelo fim ou pela tentativa de prosseguir.
Continuar no caminho, escolher a "porta negra do desconhecido", traz possibilidades, sejam elas de dar uma nova formatação ao empreendimento, seja capacitar ainda mais a equipe, ou ainda diversificar os modelos de apresentação. Inúmeras as opções.

Se estamos voltados para a direção certa, tudo o que temos a fazer é continuar caminhando. Às vezes, o caminhar é lento, mas o importante é não parar.
Mesmo um pequeno progresso é um avanço. E qualquer um é capaz de fazer um pequeno progresso. Se não é possível conquistar algo importante hoje, que se conquiste algo menor.

Mas continue andando, em busca de um futuro promissor.
E não olhe para trás! Afinal, você não está indo nessa direção...
 
"Aquilo que pedimos aos céus, por vezes, está ao alcance das nossas mãos."
  William Shakespeare