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Empresas Catalépticas

Empresas Catalépticas

01/02/2014
Catalepsia é uma doença rara em que os membros do indivíduo se tornam rígidos, ocasionando ausência temporária do movimentos e da postura.
Assim, faz com que a pessoa permaneça na posição em que é colocada, como se fosse um boneco de cera, manequim de loja ou similar.
 
No passado existiram casos de pessoas que foram enterradas vivas quando, na verdade, estavam passando por um estado cataléptico; por isso, acreditava-se que alguns reviviam por milagre divino ou por magia negra. Atualmente, com toda tecnologia e equipamentos médicos à disposição, existem formas de identificar os sinais vitais da pessoa que permitem ou não atestar o óbito. Embora seja uma condição transitória, às vezes pode durar vários dias e, até mesmo, semanas.
 
No atual mundo corporativo é fácil identificar Empresas Catalépticas, que não se esforçam para mudar, embora percebam tudo o que acontece a sua volta.
E são organizações de todos os portes e segmentos, do pequeno varejo à grande indústria, de empresas familiares a corporações de capital aberto.
A grande maioria delas está no rol de empresas que permanecem na zona de conforto da aceitação mediana num "desempenho subsatisfatório", certamente provocado pelo "efeito Zeca Pagodinho": deixa a vida me levar...
 
Ainda análogo à patologia clínica, em estado cataléptico o indivíduo fica consciente de tudo o que acontece ao seu redor mas, por ter suas funções vitais desaceleradas, não consegue reagir fisicamente.
E o que mais aflige é o fato de perceber tudo que ocorre a sua volta e não conseguir esboçar qualquer reação.
Os fatos, sejam econômicos, políticos, sociais, culturais ou tecnológicos, estão à disposição todos os dias, durantes as 24 horas. Não é mais admissível o autoengano, afirmando não saber de nada ou que não podia perceber a situação ou circunstâncias vindouras.
Existem métodos e ferramentas de análise e diagnóstico para todas as situações corporativas.
 
Segundo o consultor Vicente Falconi, em sua palestra durante a HSM Expomanagement, "a empresa tem de, necessariamente, sair do território que lhe é familiar e entrar no desconhecido, tratando-o, primeiro, como mera hipótese. Isso gera medo nas pessoas, especialmente em uma cultura avessa a riscos como a brasileira".
Nesse mesmo evento, outro consultor, Bill George, afirmou que "o mundo atual e as empresas estão sofrendo fortes rupturas. E isso deve melhorar os profissionais e as empresas, tornando-os mais humanos e, principalmente, mais resilientes".
E a Ceo da IBM, Ginni Rometty, considerada a executiva mais poderosa do mundo, alertou: "as organizações terão de migrar os paradigmas da empresa eficiente para o da empresa inteligente, que cria valor continuamente - o que significa criar produtos e serviços que não se pareçam com nada que existia antes - e que inspira confiança".
 
O mundo atual não admite mais empresas ou profissionais catalépticos e os avanços tecnológicos têm transformado esses perfis organizacionais em dinossauros que, se já não estão extintos, são fósseis que se esqueceram de deitar.
Chega de se desculpar por conta da flutuação do dólar, irregularidade econômica ou pífio crescimento do PIB: é obrigatório abandonar a "síndrome do coitadinho".
Entender o mercado, os anseios do cliente, identificar possibilidades é a tônica do mundo moderno. O consumidor está se renovando, mudando e exigindo mais das marcas, tornando o esforço de branding bem maior. É preciso acompanhar esse movimento.
 
Caso contrário, sua resposta à questão do consultor Jaime Troiano será bastante dolorosa:
com toda sinceridade, o que o mundo perderia se sua marca deixasse de existir amanhã?
 
 
 
"Todos costumam chamar de desgraça as suas próprias culpas e de culpa as desgraças alheias".
Alcalá Zamora