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Empresas Excelentes

Empresas Excelentes

01/07/2011
O bom é inimigo do ótimo.
 
E esta é uma das razões-chave para explicar por que existem tão poucas coisas que se tornam excelentes.
Não temos ótimas escolas principalmente por que temos boas escolas. Não temos um governo excelente, sobretudo por que temos um bom governo. Poucas pessoas levam vidas ótimas em grande parte por que é tão fácil construir uma vida boa... A grande maioria das empresas jamais se torna excelente por que já é bastante boa. E este é o seu principal problema.
  
Assim o autor e pesquisador Jim Collins inicia sua obra "Good to Great - Empresas Feitas para Vencer", onde procura revelar informações de como as organizações podem conquistar seu maior objetivo: satisfação da cadeia de valor, reconhecimento e lucratividade duradouros. Avesso aos "gurus empresariais" e às "fórmulas de sucesso", afirma que a dificuldade entre construir algo bom e excelente é a mesma! E vai mais longe: as empresas excelentes e duradouras preservam seus valores centrais e objetivos fundamentais, enquanto suas estratégias operacionais e práticas operacionais se adaptam infinitamente a um mundo em constante transformação.
  
Ou seja, como na própria natureza, não existe um ponto de ruptura para a transformação organizacional. É tudo um processo de constante evolução, onde cada peça ou órgão vai se adaptando de acordo com novas realidades. E, num mundo extremamente ágil e dinâmico, essas mudanças acontecem a todo momento. No entanto, não há um processo mágico de transformação. É como o homem se desenvolvendo ou a borboleta se metamorfoseando.
  
Imagine um ovo parado num lugar qualquer. Ninguém presta muita atenção a ele. De repente, um dia o ovo se quebra e dele pula um pintinho! Todos os principais jornais e revistas cobrem o episódio e noticiam sobre "A grande transformação!", "A admirável revolução do ovo!", "A grande virada do pintinho!"... Sempre narrando algo como se o ovo tivesse passado por uma metamorfose instantânea que o tivesse transformado radicalmente num pintinho.
  
Porém, se formos observar do ponto de vista do pintinho, a história é totalmente diferente. Enquanto o mundo ignorava aquele ovo, o pintinho estava evoluindo, crescendo, desenvolvendo-se, incubado. Do ponto de vista da ave, quebrar o ovo e pular é apenas mais um passo de uma longa cadeia de ações que levaram até aquele momento. Sem dúvida, um grande passo, mas longe de ser a transformação radical e instantânea que parece aos olhos daqueles que observam os acontecimentos do lado de fora.
  
Em suma, nas organizações não existe um ponto de virada: tudo faz parte de um processo, uma vez que todos os setores da empresa são interdependentes. É um esforço conjunto, iniciando pela identificação de um objetivo comum, passando por esforços potencializados na busca da melhoria contínua, além de uma série de questões culturais e operacionais.
  
É um processo evolutivo em que se busca ser mais curioso, olhando de forma diferente para as coisas, pensando e buscando novas formas de agir. É também uma forma de se estimular as equipes de trabalho, complementando as funções e atribuições, destinando-lhes novos desafios. É um trabalho de integração, cooperação, comprometimento, envolvimento - muito mais do que simples expressões de efeito, é um pensamento expresso em atitudes.
  
Enfim, nesse caminho, a pergunta que as empresas têm de se fazer não é mais "excelência para quê?", mas sim "que tipo de trabalho impele a empresa a atingir a excelência?"
 
Como cantou Edgard Scandurra, na música Eu Quero Sempre Mais: "A minha vida, eu preciso mudar... todo dia... prá escapar da rotina..."
 
 
  
"A natureza sempre favorece os que desejam salvar-se".
Mateo Alemán