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Eu, Eu, Eu e Eu Mesmo

Eu, Eu, Eu e Eu Mesmo

01/03/2011
É bem possível que algumas colocações que farei não agradem a alguns. No entanto, sempre me propus a escrever sobre algo que tem gerado comentários no mundo corporativo, envolvendo temas que dizem respeito ao marketing e ao negócio como um todo. E o assunto que quero tratar é o "egoísmo empresarial". A ideia surgiu de uma história que ouvi de um amigo e repasso a seguir.
 
Um rapaz extremamente sonhador desejava ser um grande empresário no ramo da construção civil. Para isso, fez uma boa faculdade de engenharia e, antes mesmo da formatura, já tinha um plano de negócio. E assim começou a trabalhar incessantemente, deixando de lado muitas coisas das quais gostava de fazer com amigos e familiares. Afinal, o que importava era concretizar o sonho.
  
Inicialmente, tudo corria bem e a empresa crescia. Ele passou a obter reconhecimento e muitos diziam que ele estava progredindo cada vez mais, e tudo isso sem precisar da ajuda de ninguém. E foi aí que o "nosso herói" encontrou sua derrocada, pois ele passou a acreditar nesse tipo de elogio.
  
E o que aconteceu? Ele passou a se sentir tão auto-suficiente que não precisava da opinião de ninguém. Afinal, para quê ajuda dos outros se estava se saindo bem agindo sozinho? Esse empresário não buscava nenhum tipo de apoio ou opinião, pois não queria dividir os louros da vitória. O sucesso era dele, só dele. Mas, e quanto às possibilidades de fracasso? Bem, nesse caso, ele poderia culpar a economia, o Governo, o concorrente, entre tantas outras coisas.
 
Empresários com perfil semelhante e com esse tipo de comportamento revelam, diariamente, certa incapacidade e insuficiência profissional para compreender a grandeza de uma concepção gestáltica. Eles se apegam à sua vida rotineira, às suas ideias superadas e aos preconceitos de uma era que morreu há muito tempo.
 
E ainda somos obrigados a ouvi-los dizendo que fazem isso há mais de "trocentos" anos. Sim, mas agem sempre do mesmo jeito e o mundo mudou. Esses empresários incorrem em diversos erros, como a desatenção e o auto-engano.
 
O mundo está passando do egoísmo ao colaborativo, cooperador. Se vivermos sempre entre quatro paredes, podemos pensar não haver vida fora do quarto. Fugindo da filosofia, sabemos que isso não é verdade. Umas das primeiras coisas que aprendemos na escola é que o homem é um ser social, não vive isolado, não é auto-suficiente. Precisamos dos outros para progredir, para evoluir.
 
Quando um empresário toma decisões isoladamente, tende a soluções dadas superficialmente, antes da elucidação completa do problema. Isso é uma das causas de retardamento ou estagnação da empresa, ao invés de conseguir o progresso. Além disso, as decisões únicas também tendem à confirmação de um conhecimento preconcebido (ou paradigmas), girando sempre no mesmo círculo vicioso, sem abandonar seu ponto de vista, de tal maneira que os decisores não veem senão aquilo que querem ver.
  
Conforme pregou Lord Keynes, um dos grandes influenciadores da Economia Moderna, "a dificuldade não está em obter novas ideias, mas em escapar das velhas, que se ramificam por todos os cantos de nossas mentes."
  
Ah! Quer saber do final da história do início? Basta olhar a sua volta. Ela está sendo escrita por muitos empresários, todos os momentos, todos os dias.
Algumas com final feliz... Outras, nem tanto.
 
  
 
"Pensar sozinho muito tempo só leva a enganos".
John Maynard Keynes