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Feedback e Aprendizado

Feedback e Aprendizado

01/01/2015
A última edição da revista HSM Management de 2014 traz um excelente artigo sobre feedback, num texto desenvolvido por Douglas Stone e Sheila Heen, especialistas e professores da Harvard Law School e autores do livro "Thanks for the Feedback: The Science and Art of Receiving Feedback Well". 
 
Considerando que no começo de cada ano sempre são realizadas reflexões empresariais e pessoais, a atenção às respostas de serviços, trabalhos e comportamentos, bem como a realimentação de tais informações, é preponderante para que se alcance maior performance.
  
Logo no início do artigo citado, há uma síntese - ou alerta - sobre o tema: para o feedback gerar benefícios, o ouvinte habilidoso é muito mais importante que o bom avaliador e até que o bom sistema de avaliação. E complementam que, "quando os líderes pensam em aperfeiçoar o feedback nas empresas, costumam optar por dois caminhos: implantar sistemas de gestão de desempenho e ajudar as pessoas a melhorar sua capacidade de dar feedback".
  
Mesmo afirmando que esses caminhos são relevantes, citam que "o mais importante na hora de determinar a eficácia do feedback é um terceiro caminho: a forma de recebê-lo, pois é o receptor que decide o que vai levar em conta. Um ouvinte capacitado e sensível pode tirar proveito de qualquer feedback mesmo quando este é falho".
  
Na sequência, os autores trazem a receita para ser ou se desenvolver em um bom receptor, por meio de três objetivos:
1. Converter a vida em um longo aprendizado: ao receber bem um feedback, responsabilizamo-nos por nosso aprendizado e podemos acelerar nosso crescimento. Aprender e crescer são profundamente satisfatórios em si, mas o ganho real é que nos sentimos melhores quando lutamos para realizar aquilo que é importante para nós. A organização também sai ganhando: com as habilidades individuais aperfeiçoadas no trabalho, a performance da equipe tem seu efeito multiplicado.
2. Aprimorar relacionamentos: a maneira como lidamos com o feedback impacta nossas relações cotidianas. Se estamos abertos, passamos duas mensagens: a de que somos confiáveis e a de que o crescimento é importante para nós. Evitar o feedback pode ser um desastre para os relacionamentos: as pessoas precisam discutir como seu comportamento as está impactando, e, se esse espaço não lhes for dado, uma tensão corrosiva minará a ligação.
3. Reduzir o estresse e a ansiedade: quando recebemos um feedback difícil e nos sentimos arrasados ou perdemos o eixo, o aprendizado é a última coisa que nos passa pela cabeça. Melhorar a forma de lidar com o feedback também significa melhorar a maneira como encaramos os momentos em que estamos em pânico ou inseguros. Podemos ficar chocados na ocasião, mas também podemos aprender a olhar as coisas em perspectiva para nos recuperarmos mais rapidamente. Essa resiliência nos ajuda a encarar as conversas de feedback com menos medo.
 
O artigo também comenta que a dificuldade em receber os feedbacks reside na necessidade de aceitação, a fim de que possamos nos sentir respeitados e seguros. Assim, o feedback pode ser ameaçador porque sugere que nosso jeito de ser “agora” não está muito bom. Pode ser doloroso saber como os outros nos enxergam, seja quando os comentários acertam o ponto, seja quando eles são uma injustiça terrível. É importante saber que nossa dificuldade de aceitar o feedback não está relacionada com um problema íntimo, e sim com a própria condição humana.
 
Por fim, para corroborar a necessidade de se dar a devida atenção e aceitação ao feedback, insiro a frase que dias atrás ouvi de um cliente: "um feedback é um presente maravilhoso que você vai odiar quando receber, mas depois vai passar a amar que lhe ofereceu".
 
 
 
"Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando erras". 
Barack Obama