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Inteligência Coletiva

Inteligência Coletiva

01/11/2015
Um jovem executivo estava saindo do escritório quando vê o presidente da empresa com um documento na mão em frente à máquina de picotar papéis.
- “Por favor, isto é muito importante e a minha secretária já saiu. Você sabe como funciona essa máquina?”, indaga o presidente.
- “Lógico”, responde o jovem executivo.
Imediatamente pega o papel da mão do presidente, liga a máquina, coloca o documento e aperta um botão. Então, agradecido, o presidente da empresa diz:
- Excelente, meu rapaz. Muito obrigado. Eu preciso só de uma cópia. Onde sai?
 
Essa pequena história pode até parecer engraçada, mas reflete um dos grandes problemas das empresas atuais: falhas no processo de comunicação. Profissionais têm executado tarefas sem ao menos entender o porquê das mesmas, sem pensar, perguntar ou analisar a situação.
 
Muitos podem dizer que isso acontece porque os indivíduos preocupam-se somente com o próprio umbigo, o que não deixa de ser verdade. Mas o âmago do problema, a raiz de tudo, encontra-se da organização que não promove um trabalho de disseminação de conhecimento. Assim, a visão de cada um fica restrita, conduzindo o homem aos “Tempos Modernos”, de Chaplin.
 
Dr. Pierre Lévy é um educador responsável pela criação do programa “Árvores do Conhecimento”, cunhou a expressão Inteligência Coletiva, que representa a capacidade de se trocar ideias, compartilhar informações e interesses comuns, criando comunidades e motivando conexões, oferecendo, como exemplo, o fantástico cérebro humano que consegue fazer infinitas conexões que se intensificam à medida que amadurecemos. A Inteligência Coletiva tem como base a compreensão, a cooperação, unindo saberes, estendendo-os à comunidade.
 
Assim, segundo o educador, é possível integrar neurônios com sinapses de muitas outras pessoas, tudo isso potencializado exponencialmente com o apoio da tecnologia. Dessa forma, há uma enorme mudança e evolução na forma de aprendizagem, tornando-a cooperativa, colaborativa e solidária, numa “troca generalizada de saberes”.
 
Como reflexão, vale ponderar: será que de fato cooperamos, colaborando com as pessoas do nosso trabalho, da família, da comunidade? Será que ainda utilizamos a competição malsã pensando somente nos próprios ganhos? Será que estamos desenvolvendo nossos dons colocando-os a serviço de todos? Será que estamos envolvendo toda a cadeia de valor no processo de conhecimento e busca de soluções?
 
Se a sociedade moderna é colaborativa, vale a pena seguir na contramão?
 
 
"O macaco jogou um coco, lá de cima, na cabeça de um guru que ali meditava. O guru pegou o coco, bebeu a agua, comeu a polpa e guardou a casca para usar como tigela. Agradeceu e foi-se embora".
Antony de Mello