Conforme o calendário maia, em 21 de dezembro de 2012 encerra-se um dos ciclos do calendário dessa civilização. Para muitos, é o prenúncio do fim do mundo.
 
Digamos que seja verdade e que o "planeta azul" vai realmente acabar. Você já parou para pensar se fez tudo aquilo que gostaria de ter feito? Já refletiu se deixou um legado positivo a alguém? O quão distante você ficou de cumprir sua missão? Ou, então, simplesmente sabe o quanto valeu a pena os momentos que passou na Terra? Vamos um pouco mais adiante: você, em algum momento, já pensou no que não fez e gostaria de ter realizado?
 
Embora a época de final de ano seja propícia a essas reflexões, elas podem ser feitas em qualquer momento de nossas vidas. Mas normalmente as decisões são proteladas para depois: é o regime que começa segunda, o ano novo que inicia após o Carnaval, parar de fumar daqui a cinco anos, fazer um curso de idiomas quando estiver estabilizado financeiramente, entre tantas outras "desculpas" que nos damos.
 
Pense agora no mundo corporativo. Parece que todas as decisões são baseadas em condicionantes: a produtividade vai melhorar depois que chegar o novo equipamento; o controle de qualidade está dependendo do software; o esforço de vendas precisa do suporte da campanha de comunicação... E por aí vai.
Continuamos empurrando com a barriga algo que já pode ser realizado. Mas, talvez por defesa psicológica, acabamos não nos responsabilizando e jogando um eventual fracasso para circunstâncias futuras. Sinceramente, um pensamento abominável. Mas, infelizmente, mais comum do que parece.
 
Então, já que a maioria está fazendo "listinhas de decisões" daquilo que pretendem mudar no próximo ano, "caso o mundo não acabe", vale deixar aqui alguns conselhos vindos de leis naturais, mas que observamos diariamente nas organizações.
 
Primeiro, vale dizer que não existe sucesso repentino. Ninguém faz sucesso de repente, ninguém se torna referência da noite para o dia. O sucesso, seja ele profissional ou pessoal, é um processo construído ao longo do tempo, com esforço, dedicação, empenho e determinação. Vale bater na tecla de que esse processo é cíclico e contínuo, baseado no PDCA (Plan, Do, Check, Act).
 
Outro ponto a refletir aborda tudo aquilo que nos limita e impede o avanço. Exemplo: você realmente acredita que o Brasil só começa após o Carnaval? Ou será que isso é apenas uma desculpa que colocamos? Alguém pode se dar ao luxo de não ter rendimentos nesse período? Certamente ninguém abdicaria de seu salário e as organizações também precisam dessa receita, seja pela lucratividade, capital de giro, investimentos, etc. A questão é que estamos expostos a muita coisa que nos limita e, somente com a eliminação desses paradigmas, poderemos progredir.  Afinal, se você acredita é verdade; mas se não acredita também é verdade.
 
Só tem mais uma questão que gostaria de deixar e que, na vida militar, aprendi ser de suma importância: disciplina e responsabilidade.
Você sabe por que algumas pessoas chegam lá, isto é, atingem o sucesso, e outras não? Você sabe por que algumas pessoas são “fora de série” e se destacam da maioria? Simplesmente porque essas pessoas têm disciplina: entendem que antes de “ser e ter” existe o “fazer”.
 
Basta ver o exemplo dos atletas, que treinam, treinam e treinam anos a fio, para, em um único momento, colocar tudo à prova. E, mesmo quando perdem, existe o sentimento de dever cumprido, por ter dado o seu máximo. Foram disciplinados ao abdicar de muitas coisas para priorizar o que era importante; foram responsáveis ao trazer para si o desejo de começar a jornada e de não culpar a ninguém pelo resultado final.
 
Então, se você acredita que o mundo vai realmente acabar em 21 de dezembro de 2012, pense em tudo o que gostaria de ter feito e ainda não fez, e aproveite. Mas cuidado, porque se o mundo sobreviver você terá "contas a saldar".
Agora, se você acredita que a humanidade terá continuidade, também pense em tudo o que gostaria de realizar e não começou, e faça.
 
Seja bem-vindo, Mundo Novo.
  
  

  
"Antes de começar o trabalho de modificar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa."
Provérbio Chinês