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Liderança Musicada

Liderança Musicada

01/01/2013
Num momento em que a tônica do mundo está focada nos resultados, os temas referentes à Liderança são frequentemente discutidos em ambientes corporativos, políticos, religiosos, esportivos e, até mesmo, sociais.
 
Em minhas andanças, percebo que muitas estratégias não são implantadas adequadamente pela falta de líderes. E não somente ações de marketing, mas também implantação de softwares, sistemas de qualidade, táticas comerciais, entre tantas outras.
 
Em 1988, o mestre Peter Drucker afirmou no artigo "O Advento da Nova Administração", publicado na Harvard Business Review, que as empresas deveriam se conduzir como uma orquestra sinfônica.  "A empresa será fundamentada no conhecimento, formada basicamente de especialistas que dirigem e disciplinam o seu próprio desempenho mediante um feedback organizado de seus colegas e clientes. Será, em suma, uma organização fundamentada na informação". A metáfora comparava o maestro ao presidente da organização e os departamentos da companhia às diversas seções de uma sinfônica, toda ela composta por profissionais especialistas.
 
Embora outros pensadores tenham criticado a analogia, uma vez que ela limitaria a capacidade de cada músico, o interesse de Drucker era tratar da coesão objetiva de cada profissional onde, dentro de suas áreas de atuação e munidos de seu conhecimento, faziam a sua parte para a conquista do resultado final.
 
Para Nigel Nicholson, professor da London Business School e autor do livro The "I" of Leadership, a tônica atual é evoluir para os trios de jazz. Com isso, os profissionais teriam maior capacidade de improviso por não se limitarem mais às partituras nem estarem sujeitos à obediência de um maestro autoritário. Em suas premissas, afirma que o líder deve agir como um coronel e se metamorfosear como um camaleão, ou seja, precisa transformar o mundo como o militar e deixar-se transformar como o réptil. Assim, como em uma banda de jazz, o líder é modificado pelas performances improvisadas pelos músicos e também os modifica para que haja um som harmonioso. Basicamente, representa uma dualidade sinérgica e evolutiva: mudar o mundo para que ele se adapte a sua visão e, ao mesmo tempo, mudar a si mesmo a fim de se adaptar ao mundo.
 
Para alguns autores brasileiros, o negócio é seguir o samba-enredo das escolas de samba, onde o que importa mesmo é o interesse dos componentes de cada uma das alas para alcançar um desfile nota 10. Nesse caso, o líder deve desenvolver a capacidade de ser o entusiasta e motivador de suas seções.
 
Conforme disse o matemático grego Arquimedes, "dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e moverei o mundo”.
Seja inata, desenvolvida ou aprendida, a liderança é o ponto de apoio para mudar a situação vigente.
Seja como orquestra sinfônica, trio de jazz ou escola de samba, a qualidade do grupo é a alavanca estratégica para essa mudança.
 

 
"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos".
Provérbio Ute, tribo nativa americana