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Lobby da Omissão

Lobby da Omissão

01/02/2016
Em 1990 o Professor e Consultor Francisco Madia, a maior autoridade em marketing do Brasil, lançou uma obra composta por trinta “causos de marquetim”. Em um deles o autor trata do “Triste Lobby da Omissão”, onde comenta sobre a falta de atitudes mobilizadoras na sociedade, reforçando que o que mais se faz é inventar expressões que consagram o imobilismo: “tudo bem”, “melhor não mexer senão piora”, “se melhorar estraga”...
 
Passado tanto tempo, ao olharmos no espelho percebemos que a realidade não mudou tanto.
E daí me vem à cabeça um texto do Sam Walton, fundador do Wallmart:
 
Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e pacientemente espera,
enquanto o garçom faz tudo, menos o meu pedido.
Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado,
enquanto os vendedores terminam suas conversas particulares.
Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca toca a buzina,
mas espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal.
Eu sou o homem que explica sua desesperada e imediata necessidade de uma peça,
mas não reclama quando a recebe após três semanas somente.
Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, 
parece  estar pedindo um favor, ansiando por um sorriso ou esperando apenas ser notado.
Eu sou o homem que entra num banco e aguarda tranqüilamente
que as recepcionistas e os caixas terminem de conversar com seus amigos,
e espera pacientemente enquanto os funcionários trocam idéias entre si ou,
simplesmente abaixam a cabeça e fingem não me ver.
Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente,
do tipo que nunca cria problemas. Engana-se. Sabe quem eu sou?

"EU SOU O CLIENTE QUE NUNCA MAIS VOLTA"!
 
Se por um lado as empresas, prestadores de serviços, entidades, associações, e também os governantes, precisam olhar mais para seus clientes e entender o que é preciso oferecer, como consumidores de tudo isso nós também temos a obrigação de agir para obter aquilo que realmente desejamos.
 
Um exemplo simples: você pede uma pizza sempre do mesmo fornecedor, mas hoje ela chegou fria ou então se transformou em calzone graças à “perícia do entregador”. Pouquíssimos são os que reclamam e auxiliam a empresa a melhorar seu processo operacional.
 
Outro exemplo: vamos ao supermercado e não encontramos o produto de nossa preferência. Não colocamos nossa opinião sobre o fato nem mesmo na caixa de sugestões.
Parece que é preferível não mexer, deixa como está, já acredita que nada vai mudar. Fazemos isso no dia-a-dia em várias circunstâncias e por diversos motivos, sempre pecando por não agir, por comodismo. Em suma, somos coniventes com serviços medíocres.
E assim caminhamos, fazendo parte do Triste Lobby da Omissão.
 
Por isso, torno a dizer que somos apenas um bom povo, num bom país, vivendo uma boa vida. Afinal, poderia ser pior.
Porém, o bom é inimigo do ótimo.
E essa é uma das razões-chave para explicar porque existem tão poucas empresas que se tornam excelentes. A grande maioria das empresas jamais se torna excelente, só porque já é bastante boa. Não temos ótimas escolas, porque temos boas escolas. Não temos um ótimo governo, porque temos um bom governo (hoje nem tanto). Poucas pessoas levam vidas ótimas, em grande parte, porque é fácil construir uma vida boa. E esse é o maior problema.
 
Chega de omissão! Não sejamos cúmplices da mediocridade. Como dizem os manifestantes: Vem prá rua!Auxilie empresas, profissionais liberais, entidades e pessoas a perceberem seus erros.E vamos, assim, construir uma sociedade melhor... aquela que realmente merecemos.
 

 
"O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons."
Martin Luther King