Mentoria, Coaching, Counselling... Será?
07/10/2025
No Brasil (e não só aqui), o mundo corporativo vive ciclos curiosos de modismos.
Primeiro foi o Coaching: uma excelente ferramenta, mas que acabou banalizada pela massificação e pelo uso indevido. O próprio bordão “faz sentido” tornou-se intragável de tanto ser repetido como ponto final em qualquer conversa.
Depois vieram as Mentorias, algumas muito boas, outras transformadas em encontros de escala, pouco atentos às individualidades.
A seguir, entramos na onda dos Counsellors (conselheiros), onde profissionais se reúnem, assumem títulos muitas vezes sem respaldo real e tentam abrir mais um novo segmento.
O problema não está na ferramenta em si - coaching, mentoring, counselling são práticas sérias quando bem aplicadas.
O desgaste vem do uso raso, da busca por replicabilidade rápida e da promessa de atalhos que, no fundo, não existem.
E qual é a próxima onda?
Alguns sinais já aparecem:
• Facilitação: conduzir processos coletivos de descoberta, em vez de apenas ensinar.
• Curadoria de conhecimento: selecionar o que realmente importa em meio ao excesso de informações.
• Aprendizagem entre pares (peer-to-peer; de igual para igual): grupos horizontais, sem guru central, baseados em troca genuína.
• Trusted Partner (parceiro de confiança): alguém que acompanha negócios e carreiras com personalização profunda.
• Comunidades de prática: ambientes de inteligência coletiva, onde o valor vem do grupo, não de um título.
A reflexão
A cada onda, o mercado corporativo nos lembra de algo essencial: o que cria impacto duradouro não é o “nome da moda”, mas a consistência, a ética e a capacidade de gerar transformação real.
E você? Acredita que estamos caminhando para um modelo mais horizontal e colaborativo, ou veremos nascer apenas mais uma “bolha corporativa” com nome diferente?
Como não cair em embustes
No fundo, o “ciclo dos modismos” só se sustenta porque há muita gente que se deixa seduzir por fórmulas prontas e promessas fáceis. O antídoto, na prática, é desenvolver critérios de escolha mais conscientes.
• Questione a profundidade: pergunte-se: essa pessoa/ferramenta tem realmente experiência prática, ou apenas domina o discurso?
• Procure lastro: busque referências reais: casos, resultados concretos, depoimentos confiáveis.
• Desconfie de promessas fáceis: se alguém garante “resultados rápidos” e “atalhos infalíveis”, cuidado: na vida real, não existem fórmulas mágicas.
• Avalie a individualização: bons profissionais adaptam o processo a você, não colocam todo mundo no mesmo molde.
• Observe valores e ética: o método pode até ser bom, mas se não houver integridade no trato humano, os riscos são altos.
• Olhe para dentro: o critério final não está no título do outro, mas no quanto aquilo faz sentido para o seu momento de vida e carreira.
Resumo:
Antes de seguir qualquer modismo, faça um filtro pessoal: “isso realmente me ajuda a crescer, ou só me seduz pela embalagem bonita?”