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Mizaru, Kikazaru e Iwazaru

Mizaru, Kikazaru e Iwazaru

01/05/2011
Todo mundo já deve ter visto a figura dos três macaquinhos, em que um tapa os olhos, o outro os ouvidos e o terceiro a boca. O que não enxerga é Mizaru; o que não escuta é Kikazaru; o que não fala é Iwazaru. Seu significado é traduzido como: “Não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal”. De certa forma, significa que se os homens não enxergassem, ouvissem ou falassem o mal ele simplesmente não existiria.
  
No mundo dos negócios, essa figura jamais pode representar uma organização e seus colaboradores. É incabível existirem pessoas que não se comprometam com o sucesso da empresa para a qual prestam seus serviços. É inadmissível relacionar-se com uma marca que não esteja interessada em satisfazer as necessidades do seu cliente. É imponderável trabalhar lado a lado com pessoas que não estejam interessadas no crescimento - próprio e coletivo - e no bem comum.
  
De certa forma, é um reflexo da lei natural de Causa e Efeito: toda ação provoca uma reação. Sendo assim, todo e qualquer acontecimento tem uma fonte. Porém, o que vemos nas empresas é um grande número de profissionais que só apagam incêndios, mas que não buscam a origem dos problemas. E, ao invés de sanar a causa, padece-se durante uma eternidade sofrendo os efeitos negativos.
  
A Lei de Causa e Efeito é universal: se exageramos na comida (causa), temos uma indigestão (efeito); se descuidamos da saúde (causa), ficamos doentes (efeito); se costumamos brigar com todo mundo (causa), terminamos sozinhos (efeito).
  
Um profissional, quando provoca um erro, seja não concretizando uma venda, liberando um produto defeituoso, emitindo faturas incorretas, entre tantos outros problemas, prefere colocar a culpa nos outros, seja o cliente, um colega ou a própria empresa. Normalmente nos esquecemos que somos humanos e, por isso, passíveis de erro. Aliás, sempre digo que uma das formas de aprendizado é a tentativa-erro. É lógico que não vamos estimular tais problemas, mas as empresas desenvolvem sua capacidade de inovação, de melhoria nos serviços, de lançamento de produtos, através da observação e correção.
  
Muitos dos renomados estudiosos de administração, gestão e negócios admitem que não existe sucesso ou fracasso. Segundo eles, se as ações forem bem planejadas e executadas, o efeito será positivo; caso contrário, será negativo ou, até mesmo, nulo. Independente do que faça, sempre haverá a causa e o efeito. Por isso as empresas não podem fechar os olhos, tapar os ouvidos e se calar diante de adversidades. Se desejam encontrar uma forma de potencializar seus fatores positivos ou eliminar os negativos, é preciso encontrar a verdadeira causa dos resultados obtidos.
  
E a solução para se chegar à raiz dos efeitos não é tão complicada. Pode-se estruturar desta forma:
• definir, de forma precisa, o problema a ser estudado e o que se deseja obter (o que deve acontecer ou o que deve ser evitado);
• procurar conhecer e entender o processo: observar, documentar, conversar com pessoas envolvidas;
• reunir um grupo para discutir o problema: apresentação dos fatos conhecidos, incentivando os participantes a opinarem, fazendo um brainstorming;
• organizar as informações obtidas: estabelecer as causas (principais, secundárias, terciárias) e hierarquizá-las, eliminar informações irrelevantes, discutir com os envolvidos;
• assinalar os fatores mais importantes para obtenção do objetivo visado (fatores chave, fatores de desempenho, fatores críticos).
 
Com simples atitudes e procedimentos é possível encontrar formas de conseguir um melhor desempenho nas atividades. Caso contrário, a empresa continua seguindo a mercê da maré, afirmando desconhecer qualquer fato. E, quem sabe, na próxima mudança de imagem corporativa, poderá adotar os três macaquinhos como nova identidade visual Afinal, enxergar, ouvir e falar não é com eles...
  
 
  
"Não há nenhuma coisa existente da qual ão se possa perguntar qual é a causa".
Descartes