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O Abacaxi Também É Seu

O Abacaxi Também É Seu

01/03/2001
Aurélio era um funcionário cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, já estava com seus 20 anos de casa.
Um dia ele se dirige ao dono da empresa para fazer uma reclamação:
- “Meu patrão. Tenho trabalhado durante esses 20 anos com toda dedicação, só que me sinto injustiçado. O Luiz, que está conosco há somente três anos, ganha mais que eu.”

O patrão, fingindo não ouvi-lo, disse:
- “Foi bom você vir aqui. Estou com um problema. Quero dar frutas como sobremesa ao pessoal. Vá até a quitanda e verifique se eles têm abacaxi.”


Sem entender, Aurélio saiu da sala e foi cumprir a missão. Em cinco minutos voltou.
- “E aí, Aurélio?”
- “Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem abacaxi.”
- “E quanto custa?”
- “Isso eu não perguntei, não.”
- “Eles têm em quantidade suficiente para nos atender?”
- “Também não perguntei.”
- “Há alguma fruta que possa substituir o abacaxi?”
- “Não sei dizer ao certo, mas acho que tem, né?”
- “Muito bem, Aurélio. Me aguarde um pouco”.
 
E o patrão pediu para que chamassem o Luiz. Deu a ele a mesma orientação que dera ao Aurélio. Em oito minutos o Luiz voltou.
- “E então, Luiz?”
- “Eles têm abacaxi sim. E em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal. E se o senhor preferir, também têm laranja, banana, melão ou mamão. O abacaxi estão venedendo a R$ 1,50 cada; a banana e o mamão a R$ 1,00 o quilo; o melão a R$ 1,20 a unidade e a laranja a R$ 20,00 o cento, já descascada. Mas como eu disse que a compra seria grande, eles concederam um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o Senhor decidir, volto lá e confirmo”.
Agradecendo ao Luiz, o patrão dispensou-o. Voltou-se para o Aurélio, que permaneceu ali , e lhe perguntou: “Álvaro, o que foi que você estava mesmo me dizendo?”
- “Nada sério não. Com a sua licença.” E o Aurélio deixou a sala.

Embora esta história tenha sido difundida para mostrar que alguns colaboradores fazem mais que os outros, prefiro mostrá-la de outra forma. O mais interessante nessa história é que, na maioria das vezes, a culpa não é somente do funcionário. Será que o patrão disse ao seu pessoal o que realmente espera deles?

Precisamos entender que a idéia que temos em otimizar tempo e esforço não é a mesma dos nossos colaboradores. Um vendedor vai apenas vender se não for treinado ou incentivado a realizar outras funções.

Imagine o dia em que a Dona Maria ficar doente e faltar ao trabalho: ninguém recolhe o lixo, o banheiro vai ficar sujo e - ai meu Deus - não vai ter cafezinho!

Sei que é difícil passar esse tipo de visão para nosso pessoal. Mas você é o líder e deve mostrar como as coisas devem ser feitas.

Queremos ter ao nosso lado um pessoal comprometido com os objetivos de crescimento e sucesso da empresa. Mas, para isso, devemos primeiro mostrar-lhes o melhor caminho, em como fazer corretamente aquilo que esperamos.

Para que um bebê dê os primeiros passos, é preciso incentivá-lo a andar. No início você vai segurando, vai cerceando um possível passo em falso, até que, depois de certo tempo, ele estará andando sozinho. E você estará tranquilo, com a certeza de que ele está fazendo corretamente.
Ensine seu pessoal a andar. Lidere. Mostre o caminho.
 
 
 
“A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns”.
Abraham Lincoln