Loading

5515997072254
O Voo dos Gansos

O Voo dos Gansos

01/06/2000
Sempre achei que fossem os patos selvagens que voassem para o sul. Pelo menos, foi isso que “aprendi” nos desenhos do Pica-Pau e de Tom e Jerry.
Mas isso não importa.

Sabe-se que, quando os gansos voam em formação “V”, eles o fazem a uma velocidade constante 70% maior do que se estivessem voando sozinhos. Eles compartilham a liderança. Assim, quando o ganso que está no bico do “V” se cansar, ele passa para trás da formação, e outro assume o “posto de comando”. Quando um deles, por doença ou fraqueza, sai da formação, pelo menos mais um ganso junta-se a ele para ajudá-lo e protegê-lo.

Isso retrata a atual tônica do sucesso: agilidade constante, acrescida da soma de esforços.
Vejo muitas pessoas se preocupando em produzir seu trabalho a qualquer custo, pensando, primeiro em realizá-lo, para depois pesar se esse job será válido ou não, se trará reais resultados a sua empresa.

Mas o trabalho acaba sendo desenvolvido por uma única pessoa, normalmente um líder.
Mas, será que esse suposto líder está realmente agindo como tal? E os seus esforços individuais gerarão os melhores frutos? Até que ponto vale a pena desenvolver um serviço sozinho? Qual a sua busca: reconhecimento pessoal? Ou é apenas o egoísmo peculiar do ser humano. Desconfiança da capacidade dos colaboradores? Como cantariam Erasmo Carlos e Eduardo Araújo: “Ele é o bom, é o bom, é o bom”.

É certo que a concorrência (...e o vizinho) está sempre de olho naquilo que estamos fazendo, desenvolvendo ou criando. E, por isso, devemos ser cada vez mais ágeis para desempenhar o nosso papel.

Mas, até que ponto vale a pena sair correndo na frente? Primeiro não é preciso aprender a correr para se vencer uma prova? As Olimpíadas estão aí. Alguém se preparou para ela, ou apenas houve o desejo do atleta em correr os 100 metros rasos?

Ultimamente, tenho notado um comportamento que vem se tornando comum: a tomada de decisão baseada apenas em uma situação aparente, superficial, sem estudar e perceber o que está para acontecer, sem buscar planejar as ações. E, aquilo que parece uma boa oportunidade, pode acabar nos levando ao fracasso, se não pesarmos os fatos corretamente.

Grande parte das decisões é realizada com apenas um ponto-de-vista: o do chefe. O decisor não consulta os colaboradores. Não acredita nem confia neles.

E quais as consequências? Uma série de desilusões, as quais o “todo-poderoso” decisor vai culpar o governo, a política econômica, a escassez de chuva, ao joelho do Ronaldinho...
Rosabeth Moss Kanter, em entrevista à HSM Management deste mês, afirma que “nas estratégias atuais não há lugar para exploradores solitários; o sucesso precisa ser construído em equipe”.
Será que é possível voarmos, todos juntos, na mesma direção? Acredito que sim. Mas é preciso escutar e confiar em nossos colaboradores.
 
 
 
“Há grandes tarefas e outras menores a realizar. Mas há lugar para cada um de nós, aqui”.
Dale Carnegie