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Panta Rei

Panta Rei

01/10/2013
"Nenhum homem toma banho duas vezes no mesmo rio, pois, quando volta a ele, nem o rio é o mesmo e nem mais o homem o é".
Esse aforismo foi expressado na Grécia Antiga por Heráclito, que buscava sintetizar o princípio do "panta rei" (tudo flui).
 
Com isso, um dos mais importantes filósofos pré-socráticos queria demonstrar que nada na vida é estável, tudo é fluidez e mudança constante. Assim, tudo está em transformação, em movimento; nada é e tudo está vindo a ser. É por isso que as coisas não param de acontecer.
 
No mundo atual, ágil, dinâmico e evolucionista, o movimento é ainda mais latente. E precisamos nos acostumar com as alterações da vida profissional e pessoal a todo momento. É um ciclo de atualização de conhecimento, de quebra de paradigmas e de novas exigências que impõem cada vez mais pressão sobre o ser humano.
 
Na vida corporativa, como costumo afirmar, a pressão resume-se à máxima de que "o fim do mês é mais importante que o fim do mundo". Vamos cumprir as metas estabelecidas.
 
Mas se as coisas mudam a todo instante, novas premissas e circunstâncias podem alterar os objetivos. Os gargalos de produtividade e rentabilidade passam de um setor para outro. Num momento, seu setor está tranquilo; no mesmo dia, uma enorme nuvem negra envolve o departamento. Feitas as correções e adaptações necessárias, a "batata quente" passa para outro. É um círculo virtuoso ao qual, se não for dada a devida atenção, torna-se um ciclo vicioso. É virtuoso se bem trabalhado; vicioso se relegado à incompetência ou comodismo.
 
E do "panta rei" surge outro princípio também disseminado por Heráclito: o devir, ou chegar, que é o pressuposto para "se tornar".
Ou seja, um conceito que, se ligado à metafísica, fica intimamente ligado em metas e objetivos.
 
E, tratando de mudanças, correções e melhorias, nada como o sexagenário ciclo de Deming, o PDCA (Plan > Do > Check > Action >). É o princípio da maioria das ferramentas de controle de qualidade que foi disseminado na reconstrução do Japão pós 2ª Grande Guerra.
 
A vida e o tempo acontecem num suceder de acontecimentos. Tudo flui e não se permite ficar parado, somente sonhando. Aplicar o PDCA na vida pessoal é praticar autoconhecimento; implantar na vida profissional é atualização e, porque não dizer, sobrevida. Em suma, fugir da inércia e melhorar-se; avançar para não recuar.
 
Atreva-se a andar para frente.
 
 
 
"Caminante, son tus huellas el camino, y nada más; caminante, no hay camino, se hare camino al andar".
 (Caminhante, são teus rastros o caminho, e nada mais; caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar".)
 Antonio Machado