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Questão de Foco

Questão de Foco

01/10/2011
Conta-se que, certo dia, um professor chegou à sala de aula da universidade e disse aos alunos para se prepararem para uma prova-relâmpago. Então, logo foi entregando a folha da prova aos jovens, com a parte do texto virada para baixo, como era de costume. Depois que todos receberam, pediu que desvirassem a folha. Para surpresa de todos, não havia uma só pergunta ou texto, apenas um ponto negro, no meio da folha.
 
O professor, analisando a expressão de surpresa que todos faziam, disse o seguinte:
- Agora, vocês vão escrever um texto sobre o que estão vendo.
  
Todos os alunos, confusos, começaram, então, a difícil e inexplicável tarefa. Terminado o tempo, o mestre recolheu as folhas, colocou-se na frente da turma e começou a ler as redações em voz alta. Todas, sem exceção, definiram o ponto negro, tentando dar explicações por sua presença no centro da folha.
Terminada a leitura, a sala em silêncio, o professor então começou a explicar:
 
- Esse teste não será para nota, apenas serve de lição para todos nós. Ninguém na sala falou sobre a folha em branco. Todos centralizaram suas atenções no ponto negro. Assim acontece em nossas vidas, seja no lado pessoal ou no profissional. Assim também agem as empresas no mundo de hoje, olhando por um longo período apenas para o ponto negro, para um suposto problema, esquecendo-se de ir adiante por focar naquilo que, em verdade, nem é tão importante assim. Afinal, há uma "folha em branco" inteira para observar e aproveitar, mas sempre nos centralizamos nos pontos negros.
 
  
Essa pequena história revela o mundo corporativo atual. Embora sirva de enorme lição para a vida pessoal, o ponto que estamos abordando diz respeito às empresas. E o que ela nos revela é, pura e simplesmente, talvez a maior das leis da natureza:
Não há efeito sem causa. Procure a causa e a própria razão solucionará a questão.
  
Quando surgem os problemas ou dificuldades, as empresas passam olhar única e exclusivamente para esse obstáculo. Tudo à volta simplesmente pára. E, com isso, enquanto não se "apaga o ponto negro", nada mais importa. Esse ponto pode ser um problema de inovação, tecnologia, vendas, perda de cliente, mercado externo, concorrência, fluxo de caixa, entre tantos outros. E as oportunidades latentes de toda a "folha em branco" são deixadas de lado, totalmente despercebidas, por não se dar atenção ao que realmente interessa.
  
É como o caso da "guerra espacial", em que a NASA, descobrindo que as canetas não funcionariam com gravidade zero, contratou empresas para solucionarem o problema, investindo milhões de dólares, além de muitos anos, desenvolvendo uma caneta que escrevesse com gravidade zero, ao contrário e de ponta cabeça, debaixo d'água, e em praticamente qualquer superfície, incluindo o cristal, e em variações de temperatura desde abaixo de 0 até mais de 300 Celsius... Já os russos, utilizaram um lápis.
 
Então, se não existe efeito sem causa, porque focar apenas para a consequência? Por que não olhar à volta, perceber o que se pode aproveitar, ao mesmo tempo em que se procura entender a razão daquele problema? Afinal, se a questão não for entendida - e devidamente resolvida - certamente irá se repetir no futuro. Mas, nem por isso, precisamos ficar parados até que tudo se resolva.
  
Tudo isso, muito simples de falar, mas difícil de colocar em prática. Na verdade, um exercício diário que devemos começar agora.
 
 
  
"Todos querem me vender uma solução, mas ninguém sabe qual é o problema".
Rodger McArthur