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Sábio Ignorante

Sábio Ignorante

01/03/2016
O Pai da Administração Moderna, Peter Drucker, afirmava que para se desenvolver é preciso que você saiba onde se encontra, aonde quer chegar e como chegar lá. Ensinamento que serve tanto para indivíduos quanto para empresas.
 
Porém, para responder a esses questionamentos é necessária análise e reflexão que, após filtradas e depuradas, transformam-se em informação. E é com base em tais dados que é possível encontrar as respostas. Caso contrário, o perigo é cair nos “achismos” ou na arrogância do saber adquirido, guiando-se exclusivamente por uma visão míope.
 
E isso nos leva a outro ensinamento de Drucker: “aborde os problemas com ignorância”.
E, como esclarecimento, o propósito do título deste artigo surgiu buscando a etimologia da palavra ignorância, que deriva do latim ignorantia, de ignorare, significando “não saber”.
 
Mas o grande problema é levarmos a ignorância para o seu lado pejorativo, de um indivíduo tolo, estúpido, inepto, imbecil...
Neste caso, temos dois tipos de pessoas: os que agem por ignorância e os que agem na ignorância. O primeiro abrange aqueles que, por falta de conhecimento, são forçados ou compelidos a algo, representando ação involuntária. Por outro lado, quem age na ignorância age incivilizadamente, de forma voluntária, baseando-se em preconceitos, superstições e ideias sem fundamento, construindo uma situação falsa e ilusória. Nos dois casos existe a incapacidade de ver, identificar e aceitar as verdades, impedindo o progresso de aquisição do conhecimento.
 
Por isso, a proposta aqui de “ser ignorante” é a de não temer a própria incapacidade de resolver problemas, de saber ir atrás de informações, de entender que às vezes é preciso buscar auxílio de outros e de que é obrigatório saber ouvir. Segundo Drucker, partir de uma posição de ignorância e reconhecê-la de maneira consciente é a melhor maneira de obter ótimas soluções.
 
Esse é o processo natural para aquisição de conhecimento.
É reconhecendo sua limitação que a criança começa a questionar para aprender e compreender as coisas. É buscando desenvolvimento e progresso que o jovem continua alimentando seu cérebro de dados que o conduzirão a uma posição argumentativa. Então, porque o adulto não pode continuar perguntando?
 
E é nesse ponto que reside a grande diferença entre o esperto e o sábio.
 


"Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância"
  Apparício Toerelly, o Barão d