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Síndrome da Procrastinação

Síndrome da Procrastinação

01/08/2013
Mais uma noite chegou e fui com meu filho para a cama. Mas nada de dormir se antes não rolar um papinho ou ler uma história. E abrimos o livro "O Equilibrista", de Fernanda Lopes de Almeida e Fernando de Castro Lopes, publicado pela Editora Ática.
 
No conto, um equilibrista deseja saber como estão as pessoas e recebe como respostas:
- Muito mal. Meu carro enguiçou.
- Muito bem. Minha caderneta rendeu juros.
E, após refletir, ele conclui:
- Então quem vai mal e quem vai bem são as coisas de vocês: são o carro e a caderneta. Mas eu queria saber de vocês.
 
O ser humano moderno tem passado por muitas síndromes e, por consequência, o mundo corporativo também tem vivido algumas fobias reveladas em seus comportamentos típicos: achismo, empurrômetro, desculpismo, transferência de responsabilidade, postergação, dispersão, desinformação, entre tantas outras.
 
Uma "doença" que está mais comum do que pensamos é a Síndrome da Procrastinação, isto é, o mau hábito de deixar para amanhã o que pode ser feito hoje.
 
Profissionais de todos os segmentos, setores e escalões estão se acostumando a a adiar projetos e providências. Procrastinar é o deferimento ou adiamento de uma ação, significa deixar para amanhã, “empurrar com a barriga”, postergar. Há quem diga que Postergar e Procrastinar são coisas opostas. Postergar significa deixar pra trás; procrastinar quer dizer adiar, ou seja, jogar pra frente.
 
Seja o que for, a procrastinação propriamente dita não é uma doença, mas seus sintomas para a organização como um todo são maléficos, pois relacionam-se à falta de volição, de iniciativa, de planejamento, de organização. E tudo porque a pessoa esquiva-se de tarefas que necessitam ser realizadas e, consequentemente, tudo o que era importante acaba se transformando em urgente. E então segue-se a vida "apagando incêndios".
 
E tudo ainda pode piorar, pois o profissional pode levar tais pensamentos, comportamentos e atitudes para a vida pessoal, atingindo uma completa dispersão consciencial, investindo somente em tarefas totalmente dispensáveis, repetitivas e de pouco proveito.
 
É necessária a autoanálise para que esse comportamento realmente não se transforme em hábito, perguntando-se: Estou atingindo resultados? Ao final do dia, dou-me satisfeito com o que realizei? Estou culpando outros pelo que poderia ter feito? Estou permitindo que desculpas afetem meu desempenho?
 
A procrastinação se autoalimenta - quanto mais se adia algo, mais resistentes ficamos.
E vamos atingir o estado perigoso do "Efeito Zeca Pagodinho": deixa a vida me levar...
 
Relembrando ainda a leitura para meu filho, de vez em quando o equilibrista dava uma paradinha e olhava para trás:
- Puxa, fui eu mesmo que fiz isso!
Mas era sempre uma paradinha rápida. Porque quem pára demais para pensar acaba sem saber andar.
 
 
 
"O medo de perder tira a vontade de ganhar."
 Pedro Cipriano