Loading

5515997072254
Talentos Insubstituíveis

Talentos Insubstituíveis

01/04/2010
Dia desses recebi uma mensagem que tratava a respeito de "pessoas insubstituíveis".
Afinal, por vezes, é comum dizermos ou ouvirmos que ninguém é insubstituível. No entanto, temos de considerar o caso dos talentos e que profissionais com características privilegiadas são sim "intocáveis". Ou que, pelo menos, você irá precisar alterar muito as coisas, com bastante tempo e dor de cabeça para conseguir suprimir essa falta.
 
Conta a história que, em uma sala de reuniões de uma empresa, o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores em tom ameaçador: "ninguém é insubstituível". A frase ecoa nas paredes em meio ao silêncio. Ninguém ousa falar nada. De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
 – Alguma pergunta? 
 – Tenho sim. E Beethoven? 
 – Como? - o encara o gestor confuso.
 – O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
 Silêncio... O funcionário fala então:
 – As empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da "máquina" (organização) e que, quando sai um, é só encontrar outro para pôr no lugar. Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Albert Einstein? Picasso? etc... Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.
  
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. E os líderes das organizações precisam começar a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes, e não utilizando energia em reparar seus "erros e deficiências". Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico... 
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Cabe aos líderes mudar o olhar sobre a equipe e voltar os esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
  
O gestor focado em "melhorar as fraquezas" da equipe, corre o risco de ser aquele tipo de técnico que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos. Temos aí a nossa seleção canarinho deixando a Copa do Mundo da África do Sul simplesmente pela falta de talentos... Ou, se preferir, de ter seus profissionais talentosos reprimidos pela "estratégia da organização".
  
O autor Steve Chandler, autor de Motivando para o Sucesso, tentar provar pela matemática o verdadeiro valor dos insubstituíveis. Se você ajuda um vendedor talentoso, que realiza dez vendas por semana, a atingir quinze vendas, você o auxiliou a crescer 50% e ainda incrementou cinco vendas a sua empresa. Por outro lado, se o foco for no vendedor mediano, elevando os mesmos 50% de produtividade, ele passará de quatro para seis vendas, acrescentando a sua equipe menos da metade que o vendedor talentoso. Isso não significa olhar apenas para o "insubstituível"; os outros também merecem atenção, mas o profissional talentoso pode contribuir exponencialmente para o crescimento.
  
Provavelmente, o teor destas palavras deve gerar muita discussão. Mas o que pretendo alertar é que, muitas vezes, não é dada a devida atenção a quem realmente a merece. Em alguns casos, os talentos estão cobertos por um "manto de insatisfação"; mas essa insatisfação pode ser gerada porque o profissional percebe que é possível fazer melhor e poucos contribuem para isso.
  
Temos que nos lembrar que é a soma dos talentos que produz os resultados. E, ao utilizarmos os talentos de maneira mais adequada, estaremos contribuindo na ampliação dessa equação de sucesso e superação dos objetivos.
  
 
  
"Mesmo que a máquina venha substituir o professor no amanhã, esta não será capaz de germinar ideias e sugestões.".
 Erasmo Shallkytton