Pressão, pressão, pressão: essa é a tônica do mundo moderno.
Sofremos pressão para cumprir as metas diárias, pressão para fazer valer o tempo de vinte e quatro horas, pressão para equilibrar o lado pessoal e profissional, pressão para realizar tudo o que sonhamos...
 
E, dessa força pujante, decorrem duas outras circunstâncias: imediatismo e instabilidade. O primeiro nos leva a querer eliminar as tarefas o mais rápido possível, sem que avaliemos adequadamente os resultados. O segundo tira o ser humano de seu equilíbrio emocional, gerando desconforto, insatisfação e stress.
 
Pesemos as consequências: se quiser resolver tudo rapidamente, sem análise, é provável que os esforços sejam mal direcionados e que os resultados esperados não sejam atingidos. E daí vão surgir o desculpismo e a culpabilidade. No desculpismo, o indivíduo irá apontar diversas causas externas, sem nunca reconhecer-se como fonte geradora dos problemas. Já na culpabilidade, irá encontrar outras pessoas que não agiram da forma como esperava. Em ambos os casos, ocorre transferência de responsabilidade.
 
Concomitantemente, a instabilidade é gerada pela confusão entre o que se quer fazer e o que se acha que os outros querem que se faça, isto é, uma dissonância entre o mundo interior e exterior, uma divergência entre o foco desejado e as tendências, que nos levam a fugir das diretrizes básicas e agir com imediatismo.
 
Perceba que isso vale tanto para a vida das empresas quanto de pessoas.
 
Por conta de uma tendência apontada por especialistas, muitas organizações começam a "sofrer de imediatismo" e a alocar recursos financeiros, tecnológicos, produtivos, de tempo e pessoas, para tentar aproveitar essa possível demanda, numa ânsia desmedida pela busca de faturamento. Mas esquece da "vaca leiteira" que sustenta a empresa. E toda a cadeia de valor - colaboradores, fornecedores, parceiros, clientes - ficam perdidos, feito barata tonta caminhando por uma feira livre. Ou seja, uma enorme confusão que gera instabilidade.
 
Já na vida pessoal isso também acontece diariamente. O consumismo, por vezes, leva a pessoa à fuga daquilo que ela realmente deseja, passando a comprar aquilo que não precisa, só porque é novidade, não custa muito, está em oferta ou porque todo mundo tem. Existe o olhar para uma tendência passageira, deixando-se de lado a economia que pretendia fazer para um sonho ou meta realmente importante.
 
Assim, tanto na esfera corporativa quanto na pessoal, existe a tendência de mostrar aquilo que acha que é um novo conceito. Transmite-se uma imagem, mas a realidade é outra. É uma confusão sobre os princípios de marketing: substitui-se a essência pela imagem, o interior pelo exterior, o que se quer pelo que acha que quer.
 
Ou seja, é necessário fugir desses "achismos" e impressões superficiais com racionalidade, razão está que só subsiste com foco objetivo nos resultados de médio e longo prazo. Resolver com imediatismo trará problemas futuros e todos tornar-se-ão bombeiros, apagando diversos incêndios diariamente, movidos somente pelo imediatismo, avidez cega e impulsividade.
 
O tema demandaria ainda muitas linhas. Mas o objetivo é sempre buscar a síntese e levar à reflexão na busca por melhorias. Melhorias que só vêm com atitude, vontade de fazer e execução.
Afinal, quem sabe e não faz, na verdade não sabe.
 
 
 
"Convicções são mais perigosas para a verdade do que as mentiras".
Friederich Wilhelm Nietzshe