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Titanic, Olimpíadas e sua Empresa

Titanic, Olimpíadas e sua Empresa

01/09/2004
Muitas lições podem ser tiradas das Olimpíadas e do naufrágio mais famoso da história para pensarmos nos rumos de nossos negócios.  
 
Vamos comentar primeiro sobre o Titanic.
O gigantesco navio da White Star Lines, na época considerado como a 8ª Maravilha do Mundo, foi o maior fracasso da história da navegação, tendo custado a vida de mais de 1.500 pessoas. Apesar da tragédia, a viagem do Titanic tinha tudo para dar certo: foi contratada a melhor tripulação, os instrumentos de bordo eram os mais modernos e a empresa que o construiu era extremamente sólida e reconhecida. Não foram poupados investimentos para que o Titanic oferecesse tudo do bom e do melhor para seus “clientes”.
No entanto, o Titanic naufragou em 14 de abril de 1912 depois de colidir com um gigantesco iceberg, um fenômeno natural muito comum naquela região. E o que fez especificamente aquele iceberg se tornar o mais famoso da história?
O fato de ter sido ignorado. Do telegrafista ao capitão, todos tinham conhecimento da formação de geleiras na área, mas ninguém deu a devida importância à possibilidade da ocorrência. O próprio telegrafista recebeu várias mensagens sobre o perigo iminente, mas estava “ocupado” mandando mensagens pessoais dos passageiros para seus parentes.
E o comandante estava concentrado em fazer o Titanic chegar ao seu destino um dia antes da data prevista, o que tornaria sua lenda ainda maior.
Em resumo, o grande problema do desastre foi a falta de foco e a inversão de prioridades que conduziu o Titanic à colisão.
Para alcançar um objetivo ou destino é fundamental traçar cuidadosamente a rota. É necessário também estar pronto para turbulências no meio da viagem, bem como para manobras de emergência. E essa mesma falta de foco pode estar levando muitas empresas em rota de colisão com icebergs.  
 
Em contrapartida, como conta o articulista Marcos Hashimoto, nos jogos Olímpicos temos um caso onde a informação foi a chave para o sucesso: a conquista da seleção masculina de vôlei. O caminho até o ouro foi marcado por um espírito de equipe sem igual, grande mérito do incansável Bernardinho.
Mas suas orientações táticas ao time não foram inspiradas ou intuídas. O papel de seus auxiliares na coleta de informações, em tempo real, durante cada partida, sobre o desempenho individual de cada jogador e os índices de erros nos fundamentos pela equipe adversária, através de tecnologia desenvolvida especificamente para este fim, davam sustentação às distribuições de jogadas pelo levantador Ricardinho.
Nosso esquema de jogo era imbatível por ser montado em função das circunstâncias da partida, tipo ‘tailor made’. Bernardinho conta que a comissão técnica mal dormia para assistir aos vídeos e analisar a forma de jogo das outras seleções. Tudo foi pensado e a conquista foi empolgante.  
 
Outro ocorrido interessante das Olimpíadas aconteceu com o americano Matthey Emmons, que tinha tudo para conquistar a medalha de ouro no tiro de carabina de 3 posições.
Já havia se tornado o primeiro americano a conseguir vagas nas finais em três categorias do tiro e já tinha levado um ouro. Liderou a prova final e chegou ao último tiro com três pontos de vantagem sobre o segundo colocado, outro ouro garantido. Ele se preparou, tomou posição e atirou. Só que o alvo permaneceu intacto, ileso.
Sem entender nada, os juízes foram averiguar o que houve e descobriram: o americano mirou o alvo do vizinho! O terceiro melhor tiro das finais, só que no alvo errado! Perdeu a medalha, e a honra! Isso sim é falta de foco.
Portanto, tenha sempre em mente exatamente qual é o seu alvo, sua meta, seu objetivo, para não correr o risco de desperdiçar seus melhores esforços.  
 
Temos ainda o caso “ouro moral” na prova da Maratona, com o episódio do padre irlandês que tirou uma provável medalha de ouro do peito do fundista Vanderlei Cordeiro de Lima.
Por mais que você faça planejamento, treine, se prepare, preveja todas as circunstâncias, é impossível se livrar de todos os riscos. Com isso, num lamentável fato inusitado em toda a história da maratona olímpica, o imprevisto aconteceu. Uma ação devastadora, dadas as circunstâncias, que causou um prejuízo irrecuperável ao corredor.
Todos estamos sujeitos a contingências tão graves quanto esta nos nossos negócios. A questão principal é o que você faz com o que acontece a você. Levantar-se, sacudir a poeira, avaliar os danos e seguir em frente sempre tem sido a postura de empreendedores de sucesso. Desanimar, jamais. Desistir, nunca.  
 
Todos os dias a vida nos ensina muitas lições. Aqui foram citadas apenas algumas, abordando temas de foco e planejamento. Certamente, você irá se lembrar de muitos outros fatos. Tome-os para si, imaginando o que você faria se estivesse na mesma situação, colocando-se no lugar do protagonista.  
 
Faça a lição de casa.  
 
 
 
“Grandes realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos.”
Lao-tsé