Sempre fui apaixonado pelas histórias do Triângulo das Bermudas, área onde supostamente acontecem misteriosos desaparecimentos de navios e aviões.
 
As obras de Charles Berlitz, Ivan Sanderson e John Wallace Spencer povoaram a imaginação de minha adolescência e juventude. À época, perguntava-me porque não havia investigação e respostas concretas sobre o assunto, bem como se era mero boato ou se haveria alguma explicação plausível, mas até então inexplicável pelo nosso parco conhecimento.
Variadas e fantasiosas considerações tentaram esclarecer as causas prováveis: anomalias no campo magnético, vagalhões provocados pelas nuvens hexagonais, bolhas de gás metano do fundo do mar, visita de seres extraterrestres, portais interdimensionais...
 
Passou-se o tempo e segui minha vida, sem dar mais importância ao Triângulo das Bermudas.
Mas uma onda de desaparecimentos voltou a rondar minha vida.
 
Nos trabalhos de consultoria e auditoria em empresas dos mais diversos portes e segmentos, pude perceber uma onda de sumiço de informação, tempo, dinheiro, esforço, energia...
 
Porém, diferentemente do que fiz com o Triângulo das Bermudas, não deixei de lado. Precisava encontrar respostas plausíveis e explicar esses misteriosos desaparecimentos. Inicialmente, as causas pareciam implicar pessoas ou processos operacionais mal descritos. Mas essa era apenas uma resposta superficial para apontar culpados.
Destrinchando um pouco mais a situação, foi fácil identificar que o problema estava na cultura organizacional. Por mais que se mudassem pessoas e procedimentos ou que se utilizasse de novas tecnologias, os costumes e hábitos da empresa tinham mais força: era o comportamento aprendido por gerações de colaboradores acostumados a varrer os problemas para debaixo do tapete.
 
Poucas empresas têm dado importância à cultura organizacional, ao processo de integração e capacitação, à liderança e ao adequado acompanhamento de seus profissionais. Com isso, perdem aviões e navios em despesas financeiras, tempo gasto em retrabalho, evasão de clientes, entre tantos outros problemas.
 
Será que existe um Triângulo das Bermudas em sua empresa?
Então, que tal dar a devida atenção às informações e esforços que estão desaparecendo, procurando as verdadeiras explicações para esse fenômeno?
 
 
“Não pode haver crise esta semana. Minha agenda está completa”.
  Henry Kissinger