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Um Passo à Frente

Um Passo à Frente

01/06/2004
Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados e vê à sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
 
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque, apenas então, o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro é renascimento. Essa história foi publicada há algum tempo atrás pela colunista social do Jornal Cruzeiro do Sul, Angela Fiorenzo.
 
Acredito que a nossa vida, tanto pessoal quanto profissional, segue o mesmo curso, tal e qual um rio: por vezes, tememos o grande oceano, sem saber que o oceano nos faz crescer e compartilhar outras águas, outros caminhos...
 
Pensemos no momento atual: a confiança no crescimento do país (principalmente no que diz respeito à economia) está abalada, com desemprego em alta, deixando o comércio parado e, conseqüentemente, a indústria com baixa produção, provocando demissões e gerando um círculo virtuoso negativo da economia.
 
Com isso, empresários, investidores e profissionais das mais diversas áreas têm medo de estufar o peito, chamar a responsabilidade para si e dar um passo à frente. Existe receio de se "lançar ao oceano" e desaparecer.
 
Sempre ouvimos dizer que em tempos de crise é que se pode crescer. Mas apenas escutamos essas palavras, sem acreditar muito nas mesmas. Aí, quando passa a época ruim, ficamos arrependidos pensando no porquê não fomos adiante.
 
Mas vamos pensar com mais cuidado. Se temos hoje uma vida profissional ou pessoal sólida, embasada nos pilares da ética, respeito, profissionalismo e conhecimento, não vamos perder isso. É lógico que, se o passo que dermos for mal planejado, ele poderá abalar um pouco a estrutura do que temos. Mas, pelo que construímos ao longo do tempo, não irá destruir uma carreira ou um relacionamento.
 
Além disso, não fazemos as coisas sozinhos. Na relação entre um casal, pais e filhos, amigos, se pretendemos realizar alguma coisa, podemos expor nossas idéias ao outro, ouvir e debater para, após avaliar a situação como um todo, agir. Se algo der errado, no momento em que analisamos as possibilidades, já era possível conhecer o grau de risco e os caminhos a seguir de acordo com a ocorrência. Dentro de uma empresa, ouvindo colegas de trabalho, superiores ou colaboradores, podemos ter um número incontável de idéias, contribuições e possibilidades que poderão ser realizadas com a união de esforços.
 
Não adianta ficar chorando porque "o leite pode derramar". Dê uma olhada no fogo, na panela, avalie as coisas e pense no que fazer.
 
É preciso conversar, estudar, buscar o máximo de informações. Aí sim, vamos avaliar o caso e agir. Afinal, como sempre digo, de nada adianta ter boas idéias e não colocá-las em prática.
E agora você pode estar pensando: "mas disso eu já sei!"
 
Se já sabe, então por que não coloca em prática? Por que não está agindo?
Aliás, estou percebendo que "a carapuça está servindo" em mim. Se me dão licença, vou começar trabalhar para mudar as coisas... Para melhor.
 
 
 
 
"O que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta."
extraído do livro "Ilusões", de Richard Bach