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União: Caminho do Sucesso

União: Caminho do Sucesso

01/09/2003
Contam que, em uma marcenaria, houve uma estranha assembleia.
Foi uma reunião onde as ferramentas se juntaram para acertar as suas diferenças. Um martelo estava exercendo a presidência, mas os participantes exigiram que ele renunciasse. A causa? Fazia demasiado barulho e além do mais, passava todo tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, alegando que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
 
Diante do ataque o parafuso concordou, mas por sua vez pediu a expulsão da lixa. Disse que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito.
 
Nesse momento entrou o marceneiro, juntou todos e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro, o parafuso... E a rústica madeira se converteu em belos móveis.
Quando o marceneiro foi embora, as ferramentas voltaram à discussão. Mas o serrote adiantou-se e disse:
“- Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o marceneiro trabalha com nossas qualidades, ressaltando nossos pontos valiosos... Portanto, em vez de pensar em nossas fraquezas, devemos nos concentrar em nossos pontos fortes”.
 
Então a assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limpar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato. E uma grande alegria tomou conta de todos pela oportunidade de trabalharem juntos, pois sentiram-se como uma equipe, capaz de produzir com excelência e qualidade.


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Segundo o Dicionário Aurélio, o termo equipe designa um conjunto de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho. Na verdade, equipe é a união de pessoas, que promovem entre si um pacto para alcançar um resultado; trata-se, então, de uma reunião de forças e vontades. Ainda utilizando o “pai dos burros”, verificamos que sinergia é um ato ou esforço coordenado de vários órgãos na realização de uma função.
 
Tanto na vida profissional quanto em âmbito pessoal, considero que essas premissas têm que ser preservadas e seguidas, até mesmo, com certo grau de obstinação. Temos que fazer valer o benefício do conjunto em detrimento da vantagem individualizada (ou de pequenos grupos).
Num artigo escrito pelo Professor Nello Ferrentini, publicado na edição de agosto da revista Marketing, li que “o homem, gregário por natureza, sempre procurou a união para melhor vencer os obstáculos naturais. E, com a evolução cultural, mais se tornou evidente a possibilidade de ganhar melhores padrões de existência através da ajuda mútua”.  
 
Tendo como foco a área de economia, o articulista mostra as benesses a serem conquistadas com o Mercosul e a Alca, partindo de meados da Segunda Guerra Mundial com a formação da Benelux (acordo comercial entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e que evoluiu e se transformou no que hoje chamamos de Mercado Comum Europeu. No entanto, o autor reconhece a existência de forças maiores e menores nesse formato aglutinador de união comercial, principalmente devido aos desníveis econômicos entre os países.  Como solução, afirma ser necessário que as nações com menor poder de decisão se unam, formando um bloco sólido e mais forte. Sempre lembrando que todos esses esforços visam proteger e garantir o interesse de todos os participantes.
 
Deixando a pauta econômica de lado e passando para o ambiente profissional, verifico que a união entre as pessoas e empresas é a melhor forma de se gerar resultados. Afinal, a agência de comunicação realiza pesquisa, desenvolve o planejamento e trabalha toda a criação do cliente. No entanto, temos que confiar na qualidade de nossos parceiros, sejam eles gráficas, mídias, produtoras de video, montadoras de estandes, fornecedores de brindes e outros ítens. E vou ainda mais longe: dentro de cada empresa existem diversas pessoas empenhadas e comprometidas com a execução do trabalho.
 
Agora transporto isso tudo para a vida pessoal. Tenho um amigo que possui um “churrascódromo” de excelente qualidade: churrasqueira de brasa e no bafo, quiosque, bar, playground e tudo o que se possa imaginar. No entanto, ele odeia ser o churrasqueiro. Sabendo que eu gosto “dessa arte”, chamou-me para o almoço. Mas aí, lembramos que a esposa de outro amigo tem uma “excelente mão para doces”. Tem também aquele outro camarada contador de piadas, a amiga do videokê, o tocador de violão e mais uma série de pessoas que deixariam o almoço mais agradável. Assim, o que era um simples desejo de meu amigo em almoçar churrasco se tornou em uma divertida reunião de amigos que durou o dia todo. E por que isso aconteceu? Pela simples união de esforços, onde todos empregaram suas qualidades para a conquista de um objetivo. E, modéstia à parte, porque a picanha recheada com provolone estava deliciosa.
 
Vejamos agora o caso de um atleta, tomando como exemplo um corredor dos 100 metros rasos.  A conquista depende apenas dos seus próprios esforços? É lógico que a resposta é negativa, afinal existem ainda os esforços de técnico, preparador físico, nutricionista, patrocinador, família...
Assim é a vida. Já estudávamos no colégio que o homem é um animal social e que vive em grupo, onde um indivíduo se apóia nas qualidades do outro. E nada irá mudar isso.
 
Afinal, com escreveu Ernest Hemingway: “Gerações vão e gerações vêm, mas o Sol continua a nascer no Leste e a se pôr no Oeste... E continua a brilhar”.
 


 
“Quem quer comer sozinho toda a farofa acaba se engasgando”.
Ditado Popular