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União e Compromisso

União e Compromisso

01/11/2004
Um rato, olhando pelo buraco da parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- "Há uma ratoeira na casa!!! Há uma ratoeira na casa!!!"
A galinha disse:
- "Desculpe-me, Sr. Rato. Eu entendo que isso seja um grande problema para o Senhor, mas não me prejudica em nada. Não me incomoda".
O rato foi até o porco e lhe disse:
- "Há uma ratoeira na casa. Uma ratoeira!!!"
O suíno então respondeu:
- "Desculpe-me, Sr. Rato. Mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar por você. Fique tranquilo que o Senhor será lembrado nas minhas preces."
O rato dirigiu-se então à vaca e ela lhe disse:
- "O quê, Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso eu estou em perigo? Acho que não!"
Então o rato voltou para casa, cabisbaixo e abatido, pronto para encarar a ratoeira o fazendeiro. E tudo sozinho, pois o problema era só dele; de mais ninguém.
Naquela mesma noite, ouviu-se o barulho da ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...
O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com muita febre. E todo mundo sabe que, para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram para visitá-la. E para alimentá-los o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. E o fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.
 
Este conto nos faz refletir como todos somos responsáveis pelos problemas que nos são trazidos, ora em casa, ora no trabalho. É muito comum "tirarmos o corpo fora" quando uma situação ruim, aparentemente, não nos diz respeito.
 
No entanto, também precisamos pensar na estratégia do rato ao apresentar a situação. Logicamente nenhum dos outros animais pensou que a ratoeira iria lhes trazer alguma consequência direta. Assim, o rato deveria ter se comunicado melhor.
 
Se o rato tivesse desenvolvido uma tática de comunicação para apresentar o problema, seria bem mais fácil de conseguir a colaboração e comprometimento de seus pares. Afinal, como dizia o Velho Guerreiro: "Quem não se comunica, se trumbica".
 
Como é possível obter comprometimento dos colaboradores com os valores e a missão do negócio se não está sendo possível se comunicar com eles? Alguns podem até compreender os propósitos, mas tendem a agir da forma como lhe é mais conveniente. E isso porque cada um percebe a realidade de forma diferente, pela sua própria ótica, e isso é influenciado pelas suas experiências, pelos seus anseios e angústias, pelos seus medos.
 
A percepção individual afeta a maneira como as pessoas enxergam os fatos. Por isso existe a necessidade de se mostrar o fato, bem como apresentar o que se espera dos outros pelo seu engajamento. É preciso identificar o que influencia a percepção dos colaboradores e, em virtude disso, descobrir e entender a melhor maneira de se comunicar com cada um deles, deixando de lado as "picuinhas" e conseguindo seus "votos de confiança".
 
É preciso demonstrar que, quando convivemos em equipe ou em família, o fato que preocupa uma pessoa pode afetar a todos.
 
Afinal, o maior problema não é o problema; o problema é a atitude com relação ao problema.
 
 
 
"Nada de grande jamais foi conquistado sem entusiasmo."
Ralph Waldo Emerson