Dersu Uzala - Uma Lição de Propósito
 
“Dersu Uzala”, filme do magnífico cineasta japonês Akira Kurosawa (OS 7 Samurais, Kagemusha, Rashomon, Ran) conta a história de um caçador que serviu de guia à expedição russa de levantamento topográfico na Sibéria, no início do século 19.
Dersu, que sempre viveu na floresta, é exemplo de humildade e sabedoria. Oferece ao grupo várias lições de respeito aos seres vivos, aos recursos naturais e à preservação da natureza.
Dentre tantas passagens maravilhosas, uma é inesquecível de tanta singeleza.
Durante intensa chuva, a expedição encontra abrigo numa abandonada e rústica cabana. Dersu Uzala procura grandes cascas de árvores e recupera o frágil local tapando goteiras, permitindo o abrigo à equipe.
No dia seguinte, preparando-se para a partida, o guia pede fósforo e alimentos (arroz e sal) para deixar no modesto abrigo, em pequena prateleira ali existente.
O chefe da expedição indaga-lhe:
- “Voltaremos a este local?”
- “Não”, responde o bom Dersu.
Ao que o russo retruca:
- “Então, por que deixar alimentos na cabana?”
- “Para quem vier depois, com fome. Encontrará comida...”
Dersu Uzala pensa no próximo, seja ele quem for; conhecido, ou não, que virá depois, cansado e faminto, àquelas paragens inóspitas. Embora inusitado para o comandante, ele atende ao pedido do guia humilde.
Essa é apenas uma das preciosas lições que o filme transmite.



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Trazendo para a vida pessoal e profissional, num ecossistema de dar e receber, de fazer o bem, de amar ao próximo independente de quem ele seja ou como ele age, essa cena representa o verdadeiro propósito da Humanidade. Afinal, FAZER O BEM FAZ BEM.
Como Dersu, pais educam filhos, professores ensinam alunos, profissionais seniores auxiliam mais novos... semeadores semeiam, pastores pastoreiam... homens amam.
Num contexto evolutivo social, goste ou não, essa é a Lei do Progresso.
O quanto estamos fazendo isso em nossas vidas?
Na empresa, criamos, seguimos ou melhoramos os processos para que outros se beneficiem daquilo que fizemos, sabemos e conhecemos? Estamos permitindo que o que vem a seguir receba nosso legado? Não por ego, soberba, vaidade ou reconhecimento; mas, simplesmente, porque é certo.
Reflita... e siga adiante com seu propósito.

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