Em tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio de uma estrada.
 
Então, ele se escondeu e ficou observando para ver se alguém tiraria a imensa rocha do caminho.
Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e simplesmente deram a volta pela pedra. Alguns até esbravejaram contra o rei dizendo que ele não mantinha as estradas limpas. Outros ainda acreditavam que poderia ser a porta do inferno. Certo era que a rocha representava um obstáculo no meio de caminho e ninguém tentou sequer movê-la dali.
 
Decorrido algum tempo, passa um camponês com uma boa carga de vegetais. Ao se aproximar da imensa rocha, ele pôs de lado a sua carga e tentou removê-la dali. Com muito esforço e suor, ele finalmente conseguiu mover a pedra para o lado da estrada.
 
Ele, então, voltou a pegar a sua carga de vegetais quando notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra. A bolsa continha muitas moedas de ouro e uma nota escrita pelo rei que dizia que o ouro era para a pessoa que tivesse removido a pedra do caminho.
 
O camponês aprendeu o que muitos de nós nunca pudemos entender: “todo obstáculo contém uma oportunidade para melhorarmos nossa condição”.
 
Esse conto é bastante pertinente aos dias de hoje, pois é muito comum desviarmos de nossos caminhos simplesmente para não precisarmos encarar a realidade - talvez pela dificuldade que se apresenta - e, com isso, não só passamos o problema para outros por não termos assumido a nossa parte da responsabilidade, como também podemos estar nos privando de muitas coisas boas (no mínimo a satisfação de ter realizado um grande feito).
 
Se nos recordarmos do filme “Ou Tudo Ou Nada”, de Peter Cattaneo, indicado ao Oscar de Melhor filme em 1998, poderemos lembrar de uma comédia dramática que segue os passos de seis desempregados que tentam melhorar sua condições financeiras criando um estranho número de strip-tease. Necessitados de dinheiro, eles decidem se tornar strippers. Gaz, um homem de 30 anos, reúne seus amigos - todos sem emprego - para criar um show de dança. Nenhum deles sabe dançar, no entanto, com ilimitada determinação e uma significativa coreografia, logo eles estão dançando ao som de Donna Summer, Garry Glitter e Tom Jones. Eles quebram seus paradigmas, rompem suas convicções e, com muito orgulho, seguem adiante enfrentando as diversas dificuldades.
 
Situações problemáticas podem ser a chave para alternativas criativas... Para mudanças.
Nesses tempos de incerteza, torna-se essencial desenvolver a auto-confiança. Isso significa respeitar os limites dos outros e romper as próprias barreiras. Agindo assim, toda dificuldade pode ser superada, já que os impasses geram novas idéias e possibilidades de superação.
 
A frase título desta newsletter - “Eppur si muove” - é atribuída a Galileu Galilei, que a teria murmurado após rejeitar, publicamente, diante de um tribunal da Inquisição, em Roma, a sua convicção de que a terra gira em torno do céu. Aliás, a frase dá nome à seção de artigos escritos por Mauricio Tiffani, na revista Galileu. A Inquisição não aceitava o movimento da Terra, não aceitava a mínima possibilidade de mudança em suas convicções.
 
O maior adversário do ser humano está geralmente em sua própria limitação em lidar com as dificuldades. Se tivermos um medo terrível de tirar a roupa, de investir em um projeto ou de ler um livro que abala os nossos conceitos, corremos o risco da estagnação, pior mal que aflige o homem do século 21.
 
É necessário parar um pouco, refletir a situação que estamos vivendo, traçar os objetivos almejados, os possíveis obstáculos no caminho. É preciso planejar a ação, sujeitando-se aos percalços que irão ocorrer e tendo tenacidade suficiente para enfrentá-los. Mas, antes de mais nada, é primordial ter agir, ter atitude.
Boa sorte em seu caminho.