Para muitos, “Top Gun - Maverick” traz à tona a romântica da Jornada do Herói.
Para outros, mimizentos de plantão, um convite à testosterona (ah... “vão catar coquinho”) (sou educado e não desejo “mandar à merda”).
Mas, para 345 indivíduos, é a lembrança de um tempo que não acabou... e jamais findará.

Em 31 de janeiro de 1986, aportavam em Barbacena, mais precisamente ao pátio da EPCAR - Escola Preparatória de Cadetes do Ar - dezenas de jovens entre 15 e 17 anos que, após tensa maratona de estudos, vestibular, exames físicos e psicotécnicos, foram aceitos à careira militar. A grande maioria ainda não tinha nem mesmo noção do que isso representaria.

Distanciamento da família, estudos, disciplina, responsabilidade, honra, cepa, boda, V.I., molecagem... ESPÍRITO DE CORPO...
Enorme transformação na vida de todos. A Turma do Cometa, o Esquadrão da União, começava a “Romper Espaço”.

Nesses longínquos 36 anos, um filme alimentava o sonho daqueles adolescentes: Top Gun.
E não... o sonho não era uma vida a dois com a Kelly McGillis. Nem de pilotar o F-14 Tomcat. O sonho era o de cumprir a missão de ser alguém que poderia impactar a vida de outras pessoas. Logicamente que, estando na Aeronáutica, esse sonho estava tangibilizado no voo.

No entanto, muito aconteceu. Centenas ficaram pelo caminho da EPCAR, AFA, Dutra e EIAs (ou Peias).
Mas todos alçaram os mais altos voos.
Cada um em sua carreira, cumprindo sua missão.
Como Goose, alguns voaram para junto do Pai, deixando a saudade da verdadeira amizade.
Outros, voaram como Maverick: caça, transporte, rotativa, patrulha, instrução, missões humanitárias e tantas outras das quais a maioria nem se atreve a imaginar.
E grande parte decolou nas mais diversas carreiras, disseminando a mensagem de “Coragem, Lealdade, Honra e Dever à Pátria”. Pequenas sementes germinando, brotando e oferendo frutos.

Assistir a “Top Gun - Maverick” é muito mais do que estar numa poltrona para ver um filme.
Para esses “Irmãos”, é reviver a história de suas vidas, olhar para conquistas, oportunidades deixadas, batalhas vencidas. Porém, mais do que isso tudo, é saber que todos carregam as virtudes de Maverick, Goose, Iceman, Charlie, Viper, Carole, Rooster, Bob, Payback, Penny, Hangman, Phoenix...
Hoje, a turma diferenciada com dois “ZeroUm” e provavelmente com mais “Super Bichos”, tem a plena compreensão do significado do Hino da EPCAR: “Escola de Barbacena... entre montanhas e o céu de anil... prepara para o futuro... os jovens do Brasil”.

Os “Lindos Passarinhos Azuis da Cor do Manto de Nossa Senhora” voaram... e continuam voando... Senta a púa...

Afinal, “O RUGIR DE UM SUPER-CAÇA, A ESQUADRILHA DA FUMAÇA, ESTÁ NO SANGUE, ESTÁ NA VEIA, DOS GUERREIROS DE OITO MEIA”.

Que o fantástico solo de guitarra de Steve Stevens continue entusiasmando a vida dos Irmãos de Oito-Meia.

 
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